A presidente Dilma Rousseff participou na noite desta segunda-feira (18) de uma entrevista no Jornal Nacional (JN), da TV Globo. “Queremos continuar a ser um país de classe média”, afirmou, aos apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta. Dilma foi a terceira candidata à presidência que participou do quadro do jornal – já foram entrevistados Aécio Neves e Eduardo Campos. A candidata à reeleição, que deu a entrevista em Brasília, evitou responder objetivamente às perguntas, e excedeu o tempo destinado à entrevista.
Bonner abriu a entrevista com pergunta sobre os casos de corrupção durante o governo da presidente. Considerando o afastamento de ministros, e a investigação da Petrobras, o apresentador William Bonner perguntou “qual a dificuldade de desde o início se cercar de pessoas honestas?”. Dilma explicou que durante o mandato do PT, a Polícia Federal ganhou autonomia para investigar, foi criada uma relação respeitosa com o Ministério Público, os procurados foram escolhidos com “total isenção”, e foram criados o portal da transparência e a Controladoria Geral da União. “Nós fomos o governo que mais estruturou os esquemas de combate a corrupção”, reforçou.
Quando questionada sobre a eficiência de se trocar um ministro por outro do mesmo partido, que frequenta os mesmos círculos, Dilma lembrou que nem todos os denunciados foram provados culpados, e citou Paulo Sérgio, que em três ocasiões diferentes comandou o Ministério dos Transportes, e César Borges, que também ocupou a pasta e atualmente está no Ministério dos Portos, como exemplo de pessoas em quem confia.
A presidente também foi questionada sobre as condenações de nomes do alto escalão do PT pelo Supremo Tribunal Federal (STF), envolvidos no esquema do mensalão – e especialmente a maneira como o partido trata os condenados. Dilma esclareceu que não faz nenhuma observação e não emite nenhuma opinião sobre decisões tomadas pelo Supremo, em respeito à autonomia do judiciário. Ela ainda falou sobre os investimentos na área da saúde, enaltecendo os resultados do Programa Mais Médicos.
Um dos temas mais sensíveis no governo Dilma, a economia, foi lembrado no final da entrevista. A presidente foi questionada pelos resultados negativos do mandato: previsão de crescimento baixo, inflação no teto, superávit a desejar. Ela lembrou que o Brasil enfrentou a crise sem diminuir salários, sem aumentar os impostos, cortando os tributos sobre a cesta básica, e sem demissões, o oposto do que ocorreu na Europa. Ela ainda garantiu que há previsão de melhorias para o segundo semestre.
Dilma terminou a entrevista listando as propostas do governo: dar continuidade aos avanços do mandato de Lula, preparar o país para um novo ciclo de crescimento e para um salto baseado em educação. Extraído na íntegra do site Correio Braziliense.