O candidato a governador, Paulo Souto, da coligação “Unidos pela Bahia”, reconheceu a obrigação do pagamento pelo estado da URV aos servidores públicos. “Em conjunto com as entidades representativas do funcionalismo, se eleito, pretendo tomar conhecimento do valor do débito e, de acordo com a capacidade financeira do estado, encontrar meios de saldá-lo”, afirmou, durante a Sabatina com os Candidatos ao Governo do Estado, promovida pela Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab) e Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia, na manhã desta terça-feira (2).
Paulo Souto lembrou que resolveu um problema semelhante com a gratificação policial não paga em determinado momento, dialogando com as representações dos policiais. “Não era uma dívida do montante da URV, mas encontramos os meios de pagá-la numa negociação transparente dentro das condições financeiras do estado na época”, disse.
Em apresentação de estudo encomendado pela Fetrab, o professor Antonio Ribeiro expôs um quadro pouco alvissareiro da situação financeira do estado da Bahia, durante o evento. “É preocupante o fato de as receitas não cresceram na velocidade das despesas nos últimos anos”, observou o técnico depois de elencar uma série de dados que revelaram o descompasso entre as receitas correntes, que aumentaram 64,%, e as despesas correntes, que cresceram 77,2%, no período de 2008 a 2013.
Para compensar o déficit, segundo Ribeiro, houve a realização de empréstimos que aumentaram a dívida pública consolidada. Se, em 2008, os débitos do estado somavam R$ 10 bilhões, passaram a totalizar R$ 15 bilhões em 2013. O estudo da Fetrab revelou ainda que o custo de R$ 1,48 bilhão da dívida com juros e amortizações em 2013 foi superior aos gastos com agricultura (R$ 547 milhões), transportes (R$ 449 milhões), saneamento (R$ 432 milhões), assistência social (R$ 323 milhões) e cultura (234 milhões).
Mesmo diante das dificuldades financeiras que deverá encontrar no caso de eleito, Paulo Souto afirmou que não vai ceder em sua determinação de melhorar os serviços públicos essenciais vinculados à vida dos baianos, como saúde, segurança e educação. “As dificuldades financeiras serão enfrentados e encontraremos meios de cumprir a prioridade de oferecer um atendimento digno de saúde, trazer de volta a paz e a tranquilidade ao povo, e elevar a qualidade do ensino público na Bahia”, garantiu.
Sempre ressaltando seu compromisso de estabelecer uma relação aberta com o funcionalismo, Paulo Souto anunciou que, a partir do reequilíbrio das contas públicas, vai buscar pagar os reajustes integrais nas datas-bases, assim como avançar nos planos de carreiras e eliminar as distorções entre funções equiparáveis, além de, conforme a economia dos gastos, encontrar meios de melhorar a remuneração dos servidores.