O último sábado (13), o município de Itaberaba, na Chapada Diamantina, abriu espaço para debater ações importantes em torno dos problemas sociais causados pelo vício em álcool e outras substâncias químicas. Profissionais de diferentes setores e de instituições que abordam o assunto com maior complexidade marcaram a realização do primeiro simpósio, que detalhou o tema “Construindo pontes para a recuperação de alcoólatras”. O evento começou às 19h, na Igreja Congregacional de Itaberaba, e teve como palestrante a psicóloga e terapeuta Juliana Bittencourt.
Com uma palestra informativa, Bittencourt, que é especialista em dependência química, da clínica Vila Serena Bahia – Centro para Tratamento de Dependência Química da Bahia, falou sobre desligamento emocional, relação entre as dependências químicas e comportamentais e o papel da família na recuperação do dependente. “A dependência de drogas é uma das doenças de maior prevalência no Brasil e no mundo. Para aqueles que se encontram nesta situação, o primeiro passo é aceitar que está doente. O segundo passo é aceitar ajuda”, informa a doutora.
O alcoolismo, que é considerado doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma dependência química crônica caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool – o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência quando ela é retirada. Apesar de comum e dos altos índices de adictos, ainda existe muita dúvida e preconceito em torno da doença, o que dificulta o tratamento.
“Encarar o problema de frente é um desafio para o doente e para sua família. Ainda existem pessoas que enxergam o alcoolismo como fraqueza, falta de caráter, e não como uma doença”, avaliou a psicoterapeuta Juliana. Ainda segundo ela, os passos do tratamento envolvem desintoxicação e reabilitação. “A reabilitação deve ser iniciada o mais breve possível, pois quanto mais antigo for o caso de abuso do álcool, mais difícil será interromper o processo de intoxicação e identificar os gatilhos emocionais que levam o dependente a buscar a droga”.
A psicóloga, ao falar de tratamento bem-sucedido, deu ênfase à Associação dos Alcoólicos Anônimos (AAA), cujo objetivo é ajudar os pacientes a viver sem álcool na circulação sanguínea. Depois da palestra informativa da representante do Centro de Reabilitação Vila Serena, alguns adictos deram depoimentos contando sua historia de vida que emocionaram os presentes. Dentre eles, o coordenador do AAA de Itaberaba, o também bancário Haroldo Moreira, que está sóbrio há mais de 8 anos.
O simpósio sobre alcoolismo foi realizado por iniciativa de um jovem adicto, Alírio Esteves Filho, com o apoio do Jornal da Chapada, da prefeitura municipal de Itaberaba, vereadores e comércio local.
Jornal da Chapada
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