“Se o Conselho Regional de Medicina fosse apurar as responsabilidades por mortes que deveriam ter sido evitadas, esse governo seria responsabilizado por muitos óbitos por falta de assistência à saúde”, afirmou o candidato a governador, Paulo Souto, da coligação “Unidos pela Bahia”, ao avaliar a situação da saúde pública no estado, em entrevista concedida ao programa Brasil Urgente, na TV Band, na tarde desta terça-feira (16).
De acordo com Souto, o problema da central de regulação na Bahia é vexatório. “Em qualquer cidade do interior você vê a revolta contra isso, porque as pessoas precisam ser internadas em unidades estaduais e não conseguem”, disse, destacando que falta retaguarda na saúde pública. “Não são os médicos que têm culpa. Não há leitos disponíveis porque o estado não os proporcionou”.
Para Paulo Souto, caso eleito, a requalificação da saúde será uma prioridade. Com o objetivo de atenuar a grave situação da falta de leitos, Souto defendeu a necessidade de contratar vagas na área privada. “O problema é tão dramático que, se for necessário, não hesitarei em comprar leitos no setor privado, filantrópico, para tirar a Bahia dessa desassistência à saúde que está vitimando muitos baianos”.
A gestão deficiente das unidades estaduais de saúde foi criticada pelo candidato democrata a governador. “Por incrível que pareça, com toda essa dificuldade, há salas de cirurgias ociosas, andares inteiros de hospitais estaduais que não estão sendo utilizados, assim como diversas outras enfermarias e unidades que estão equipadas, mas sem uso”, informou.
Na segurança, Paulo Souto disse que a violência na Bahia atingiu níveis epidêmicos. “Nós podemos falar em um verdadeiro holocausto, com o sacrifício de 37 mil baianos, em sete anos e meio”. A Bahia, segundo Souto, era um dos estados menos violentos do Brasil e passou a ser um dos mais violentos. “O índice de homicídios, medido por cada cem mil habitantes, dobrou, se comparar 2006 com 2013”, assinalou.
Para Paulo Souto, se a taxa de homicídios de 2006 tivesse sido mantida, teriam sido poupadas 20 mil vidas na Bahia. “Esse é o tamanho da responsabilidade desse governo”, condenou. Ainda na entrevista, o candidato democrata defendeu medidas para combater o crime. “É preciso recompor uma relação de confiança entre o governo e as polícias, que foi fraturada completamente com duas greves”.
Paulo Souto se comprometeu a fazer um esforço para integrar as polícias civil e militar. “Iremos constituir forças-tarefas ou grupos especiais para combater crimes de grande impacto, com representantes das polícias civil, militar e técnica, além do departamento de inteligência. Essa é uma maneira de fazer com que elas atuem com harmonia e que possam ser mais eficientes”.