Com um largo sorriso no rosto e caminhando normalmente, Valdelúcio de Oliveira, de 54 anos, chega ao Hospital Santa Izabel, em Salvador, nesta quarta-feira (17). Mesmo prestes a realizar mais uma sessão de radioterapia para combater um câncer na língua, é impossível esconder a felicidade de quem está “vivo”, pouco mais de 20 dias após ser declarado morto e levado para o necrotério do Hospital Geral Menandro de Faria (HGMF), em Lauro de Freitas, situado na região metropolitana da capital baiana. Após ser encontrado vivo pelo irmão no dia 25 de agosto, Valdelúcio permaneceu internado no Hospital Santo Antônio, na Cidade Baixa. Ele teve alta médica na terça-feira (16) e, na manhã desta quarta-feira, saiu de casa com a tia, Áurea Gonçalves, para continuar o tratamento com sessões de radioterapia e quimioterapia.
Valdelúcio acredita que a melhora após ser declarado morto é resultado de um milagre de Irmã Dulce. Ele garante que no momento em que esteve no necrotério chegou a falar com a beata e pediu para que ela realizasse um milagre. “Ela disse para mim que eu tenho uma missão aqui na terra. Tenho muito mais fé. Pedi para operar um milagre por mim e fui atendido. Só tenho a agradecer”, comemora. “Eu não digo que ele esteja 100%, mas 90% ele está. Foi um milagre. Só temos a agradecer a Deus e a Irmã Dulce”, completa Áurea.
Por conta de uma traqueostomia, Valdelúcio não consegue falar direito e se comunica com amigos e familiares escrevendo. Ele trabalhava como motorista e mora em Lauro de Freitas com a tia.
A família do paciente disse que o dinheiro direcionado aos gastos com o caixão de Valdelúcio foi doado às Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID). “Estou muito bem, ótimo. A felicidade é tão grande que eu não posso nem descrever”, escreveu ao Portal G1.
“Ele está fazendo o tratamento dele, respondendo muito bem. Passou 20 dias lá, mas sem problema. Ontem recebeu alta, já saiu em uma felicidade total, dançando. Ele está maravilhosamente muito bem”, completou Áurea. O Hospital Geral Menandro de Faria abriu sindicância para apurar o que pode ter acontecido com Valdelúcio.
Caso
Segundo a família de Valdelúcio, ele descobriu há três meses um câncer em estágio avançado e, no dia 25 de agosto, se sentiu mal e foi levado para o hospital em Lauro de Freitas. O paciente foi dado como morto por volta das 23h do dia 25 de agosto. A família revelou que a equipe médica retirou os aparelhos que estavam conectados e levou o paciente para o necrotério já com algodões no ouvido e nariz. Um atestado de óbito emitido pelo hospital comprovou a morte de Valdelúcio.
Em entrevista ao Portal G1, o irmão de Valdelúcio, Waltério Gonçalves, contou como percebeu que o paciente estava vivo. “A gente já tinha encaminhado todo funeral e eu tive acesso ao necrotério, pois ia colocar a roupa para a funerária vir buscar o corpo. Foi nesse momento que percebi que ele ainda estava respirando. Chamei a equipe médica, o enfermeiro, que constatou que estava vivo”, contou. Do Portal G1.