Os caminhos que parecem estar fechados para o senador Walter Pinheiro dentro do PT baiano, após a polêmica em torno de sua declaração a revista Veja sobre a denúncia de Dalva Sele Paiva, podem se abrir em outro ninho partidário. Diante da cogitação de sua saída do partido, nos bastidores, há quem diga que não vai faltar quem o abrace e uma das possibilidades seria o PSB, liderado na Bahia pela candidata ao governo, Lídice da Mata, eleita em 2010 para o Senado na mesma chapa de Pinheiro. O que não falta na relação de ambos é afinidade, conforme sinaliza a própria socialista.
Embora esteja em intensa campanha para a corrida estadual, consta que, diante da situação, Lídice teria mantido contato com o petista. Entretanto, ela negou para o site Bocão News que tenha conversado sobre o futuro do senador. Ela descartou que tenha feito qualquer convite. “Isso não existe”, afirmou, justificando que não há no momento, tempo disponível para articular tal perspectiva. No entanto, Lídice destacou a sua relação de “parceria” com o político de origem histórica no PT. “Afinal de contas fomos eleitos pela Bahia. Trabalhamos juntos lá em Brasília. Ele é um político com experiência suficiente para decidir seus caminhos. Eu jamais o constrangeria com qualquer convite”, disse.
Ao ser questionada, a líder socialista cogitou: “Eu teria que conversar com o PSB. Mas, obviamente que eu não tenho nada a opor a presença de Pinheiro em lugar nenhum. Pinheiro é um homem sério, honrado e trabalhador. É um grande companheiro”, enfatizou. A declaração de Lídice se contrapõe ao clima dos últimos dias envolvendo o senador. Nos corredores da cena política, petistas ainda citam o constrangimento, em relação às falas de Pinheiro. O diagnóstico é de que está “complicado” e o quadro, conforme uma fonte, só deve melhorar caso o PT conquiste as urnas já no próximo domingo, com Rui Costa (PT) ao governo.
O ambiente só não estaria pior porque mesmo com a adversidade, referente à denúncia de Dalva sobre desvios de dinheiro público, o candidato petista tem subido nas pesquisas. Dessa forma, o ambiente é de entusiasmo. Além disso, o que alguns petistas não querem é que a briga interna sirva de estratégia de combate pela oposição. Os atritos só não seriam omitidos pelo governador Jaques Wagner (PT), que para imprensa classificou como “levianas”, as afirmações do companheiro à publicação nacional. “Não gostei da declaração dele, foi infeliz”, disparou o chefe do Executivo baiano.
Em conversa com a reportagem da Tribuna, o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, minimizou o bramido em torno da permanência do senador na sigla. Ele garantiu que Pinheiro tem participado da campanha de Rui e descartou que haja conversas sobre sua saída. “Como ele tem uma agenda mais voltada aos evangélicos está cumprindo atividades dessa forma, com pedidos para Rui, Dilma, Otto e o fortalecimento de nossas bancadas”, disse. Indagado, Anunciação disse que os últimos acontecimentos não traria impactos. “Óbvio que aquilo falado pela Veja criou uma chateação, mas, não houve manifestação dele em querer sair, nem tampouco do PT. A última conversa que tivemos foi ele reafirmando a história no partido. Além disso, todos nós estamos dentro dessa energia positiva que vem das ruas de crescimento da campanha”, frisou.
Segundo o dirigente petista, as últimas avaliações mostram que militância está “motivada” e que tem dado certo, as estratégias iniciadas em janeiro com a realização dos encontros referentes ao Programa Participativo de Governo (PGP) está na “ordem do dia é a eleição de Otto Alencar para o senado. “Um partido que passou pelo massacre que passamos, com a ação da justiça extrapolando, com as condenações de José Dirceu e dos outros e a sociedade brasileira está demonstrando que tem afinidade com o nosso projeto”, avaliou o dirigente petista. Extraído da Tribuna da Bahia.