A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, disse que não tem a intenção de anunciar a equipe econômica de seu eventual segundo mandato para sinalizar ao mercado suas intenções. A presidente disse que os sinais que ela precisa dar agora, na campanha, são ao povo e não ao mercado. Para a presidente, o ano de 2015 necessitará de medidas duras contra a inflação, mas tem repetido que não aceitará arrocho salarial, controle de preços e desemprego.
Seu adversário, Aécio Neves já apresentou como seu futuro ministro da Fazenda, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga. Desde então, uma posição de Dilma tem sido cobrada. A presidente já anunciou que o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, não participará da equipe econômica, mas por motivos pessoais que não se relacionam com a postura adotada até agora na economia.
“Infeliz”
Em conversa com jornalistas no Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (13), Dilma ainda taxou de “infeliz” a comparação feita por Marina Silva entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o candidato tucano, Aécio Neves. Marina disse em São Paulo que os compromissos assumidos por Aécio na área social eram como a “Carta ao Povo Brasileiro”, assinada por Lula em 2002, na qual ele se comprometia com critérios econômicos defendidos até então pelos governos tucanos.
“Eu acho que é uma comparação infeliz”, opinou a presidente. “É talvez tão desproporcional a comparação entre um líder político do porte do Lula e o candidato meu adversário, seja pela trajetória política, convicções, seja pelo que realizou o Lula na direção do nosso país, reconhecido como líder internacional, e o que fez o candidato que foi governador de Minas Gerais”, alfinetou Dilma. “Diante dos temores do mercado de que ele pudesse promover mudanças drásticas na política econômica caso fosse eleito, o petista se comprometeu, por escrito, a manter a espinha dorsal do Plano Real, dando continuidade à ortodoxia na condução da economia brasileira”, explicou a presidente que também comentou o apoio anunciado por Marina Silva a Aécio Neves. “E legítimo”, disse.
Apoios
Dilma se reuniu ainda com Roberto Amaral, presidente do PSB, que ficou de forma da escolha da nova diretoria do partido devido divergências com a maioria dos filiados em relação ao apoio no segundo turno. Para Amara, ao dar apoio a Aécio, o PSB “traiu a luta” de Eduardo Campos ao levar o apoio à Aécio. “A base fundamental do PSB, o pessoal mais ligado à tradição do PSB, basicamente ao ex-governador Miguel Arraes, nunca estaria com Aécio Neves.”, considerou Dilma, que minimizou as declarações de Amaral, a quem a presidente considera um amigo. “Eu não considero traição. Acho legítimo eles apoiarem quem eles queiram”.
Reeleição
A presidente também se colocou a favor da reeleição, ponto combatido por Marina Silva e por Aécio Neves. “Eu não acho que ninguém consegue fazer governo efetivo em quatro anos”, disse a presidente. “Eu aceito a discussão, só que não aceito discussão em que não estejam claros todos os termos da frase”, completou. Mais cedo, a presidente se Dilma se reuniu com entidades que apoiam a realização de um plebiscito sobre a reforma política e que colheram na internet assinaturas pedindo que a ideia seja colocada em prática. Dilma tem apresentado a ideia como forma de combater a corrupção. Extraído do Portal iG.