O coordenador da campanha de Aécio Neves (PSDB) em São Paulo, Alberto Goldman, diz que Dilma Rousseff (PT) tem maioria entre os eleitores que “dependem do Estado”, enquanto o tucano é vitorioso no “Brasil independente do Estado” – uma elite, em sua opinião. “O Brasil independente do Estado é elite no sentido de que são profissionais liberais, intelectuais, empresários, são trabalhadores formais. Trabalhador é uma elite. Trabalhador formal é uma elite. Não uma elite no mal sentido, elite no sentido de que tem profissão, tem estudo, tem formação, tem capacitação profissional, isso é elite”, diz Goldman, ao Portal iG.
Na semana passada, o PSDB publicou em sua página oficial um texto em que Goldman afirma que “a elite brasileira”, constituída do “Brasil do trabalho formal, produtivo, dos seus trabalhadores e empresários, no campo e na cidade, o Brasil da cultura e da tecnologia” deu mais votos a Aécio e a Marina Silva (PSB) no primeiro turno. Dilma, de acordo com o texto de Goldman, teria obtido a maioria dos votos entre “os outros”, que “com todos os direitos que lhes devem ser garantidos e com toda a proteção social que a sociedade lhes deve”, são “os excluídos”.
O artigo repercutiu nas redes sociais. No Facebook, teve 3,2 mil compartilhamentos até a noite desta quarta-feira (23), ante 785 do texto anterior de Goldman. Via Twitter, foi partilhado 289 vezes – várias dessas, com críticas. Questionado, Goldman acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de distorcer o sentido da palavra elite – na semana passada, o petista disse que o projeto do PSDB significa o retorno ao passado em que “uma pequena elite” governava o País.
“Os líderes sindicais são elite. Ou não são? Essas CUTs [Central Única dos Trabalhadores, apoiadora de Dilma]. centrais sindicais, isso é elite. A maioria dessas elites, dessa parcela da elite, está com a Dilma. A minoria está conosco, mas são elite. O sentido da palavra elite está distorcido pelo doutor Luiz Inácio”, afirmou Goldman, em entrevista à reportagem. O coordenador da campanha de Aécio também negou relação de seu texto com a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de que os eleitores votam no PT não por serem pobres, mas por serem desinformados.
“Eu não estou falando nada de informação e desinformação (…). A diferença são um Brasil dividido num Brasil dependente do Estado e um Brasil que independe do Estado. “Existe um Brasil dependente do Estado que é onde a Dilma tem a maioria, exatamente por causa dos programas assistenciais, por isso que é dependente do Estado, e existe um Brasil que não depende do Estado, que é onde nós tivemos a maioria no primeiro turno que vamos ter a maioria no segundo turno.” Do Portal iG.