Com 94 quilos e 1,94 de altura, o vendedor de sorvete Isaque de Cerqueira Machado, 21 anos, vai representar a Bahia no Mister Brasil Tur 2014. Soteropolitano, ele mora no bairro de Colinas de Periperi, no subúrbio da capital baiana, onde vende sorvete na rua há dois anos. O rapaz, que é casado e tem uma filha, foi eleito Mister Bahia Tur em outubro deste ano em disputa com outros 12 candidatos. Ele revela que nunca havia participado de outros concursos de beleza. “Fico feliz de ter participado pela primeira vez e ganhar”, comemora. O sorveteiro se intitula como um homem “família e que não gosta de festas, prefere ficar em casa curtindo a família”. Ele já trabalhou como auxiliar de serviços gerais em uma empresa de Salvador e decidiu vender sorvete com o irmão Anderson Cerqueira, de 33 anos, após um vizinho começar a fabricar o produto. “A gente comprava e vendia. Aí juntamos dinheiro, compramos a máquina e agora minha mãe faz”, explica sobre o novo ofício.
A rotina do jovem tem sido agitada durante a preparação para o concurso nacional, que será realizado no mês que vem, em Maceió. Ele frequenta a academia pela manhã e depois segue para vender sorvete com o irmão, onde passa cerca de três horas diárias. Sobre a experiência como modelo, ele conta que ficou sabendo do concurso por um vizinho e resolveu participar. “Eu pensei que não custava tentar, daí entrei na academia. Eu malho de graça. Meus treinadores me dão essa força e eu agradeço muito a eles. Não faço muitos tratamentos de beleza, de pele, cabelo essas coisas. Hoje acho que o que mais conta é o corpo”, explica.
Apesar de participar da disputa de beleza, Isaque não pensa deixar de ter outras fontes de renda. “Vou continuar trabalhando aqui com meu irmão e o que for surgindo de trabalho como modelo, faço também”, garante. A beleza de Isaque chama atenção por onde ele passa e é na venda de sorvete que ele leva mais cantada das mulheres. “Já perguntaram se o sorveteiro vai junto. Uma vez, a gente lá em Valéria [bairro de Salvador], uma senhora ficou me beliscando, dizendo que eu era um gato e eu disse: o que é isso minha senhora?”, conta em tom de brincadeira.
Segundo Isaque, as cantadas são costumeiras, mas ele leva na brincadeira e garante que a esposa não sente ciúmes. A venda do sorvete é feita em um isopor colocado no fundo de um carro. “Com o dinheiro que a gente ganha aqui, já estamos montando um mercadinho aqui no bairro”, revela. Do Portal G1.