Quatro pessoas foram presas em Salvador durante a Operação Trevo deflagrada na Bahia e em mais 12 estados pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (12). Três prisões acontecem em caráter preventivo e um temporário. Dinheiro, computadores e documento foram recolhidos em cumprimento de mandados. Segundo a investigação da PF, o esquema movimentou cerca de R$ 1 bilhão em fraudes, lavagem de dinheiro, prática de jogo do bicho, distribuição de máquinas caça-níqueis e emissão de bilhetes de loteria como título de capitalização.
Para a Polícia Federal, a organização criminosa operava por meio de loterias estaduais, cujos valores arrecadados eram repassados às entidades filantrópicas de fachada, fazendo com que o dinheiro ilícito retornasse ao grupo em um procedimento suspeito.
Uma empresa do Recife, o Pernambuco dá Sorte, é suspeita de comandar o esquema. Equipes da Polícia Federal estiveram na sede da empresa na manhã desta quarta-feira (12), na Avenida Caxangá, Zona Oeste da capital, para fiscalização e análise de documentos. O G1 tentou entrar em contato com representantes da empresa, mas não obteve retorno.
As investigações ocorrem em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Alagoas, Amazonas, Goiás, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Espírito Santo, Pará, Piauí e Minas Gerais. A operação pretende cumprir 24 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão temporária em 13 estados do país, além de 57 de busca e apreensão e 47 de sequestro de bens, entre eles veículos de luxo.
O esquema funcionava de modo que o dinheiro arrecadado com a compra dos títulos de capitalização deveria ser destinado a instituições filantrópicas. No entanto, de acordo com a polícia, grande parte do dinheiro ia para uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) em Belo Horizonte, que servia de fachada para o dinheiro retornar à empresa.As investigações vêm acontecendo há mais de um ano e pelo menos oito lotéricas de outros estados estão sendo vistoriadas nesta quarta. Extraído do G1 Bahia.