O prefeito ACM Neto (DEM) caminha para fechar mais um ciclo frente à Prefeitura de Salvador: o segundo ano do seu primeiro mandato. Em conversa com o jornal Tribuna da Bahia na última quinta, no Palácio Thomé de Souza, o chefe do Executivo soteropolitano destacou os avanços na prestação dos serviços públicos do seu governo e lembrou das intervenções feitas na capital nas áreas de Saúde, Educação e Infraestrutura. Após chegar de uma visita ao bairro de São Caetano, onde despachou com parte do seu secretariado, o prefeito enalteceu o trabalho de ampliação e implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), a revitalização da orla e o processo de mudança do sistema de transporte coletivo, que, a partir do ano que vem, terá uma das frotas mais novas do Brasil, com 700 novos veículos circulando pelas ruas da cidade.
Tribuna da Bahia – Como o senhor avalia a prestação dos serviços públicos da prefeitura?
ACM Neto – Eu acho muito importante fazer a comparação com a Salvador de dois anos atrás. Quando a gente olha para lá, é impossível, mesmo para meus adversários, deixar de reconhecer os avanços significativos da prestação dos serviços públicos. Eu gosto de citar exemplos, muito mais que um exercício de retórica, os exemplos revelam todo esse esforço que vem sendo feito na prefeitura. Na área de Saúde: quando chegamos, Salvador tinha a pior cobertura de atenção básica de todo País. Apenas 18% da população. Tínhamos 104 equipes de Saúde da Família. Em menos de dois anos nós fomos a capital do Brasil que mais cresceu em atenção básica. Ao fim deste ano vamos alcançar o patamar de mais de 40% da população, mais do que o dobro. Também vamos chegar a mais de 200 equipes da Saúde da Família. Veja que tudo que foi feito ao longo da última década, nós conseguimos fazer mais do que é isso em menos de dois anos. Quando cheguei, Salvador tinha sob sua responsabilidade uma única UPA, que era a unidade de Periperi, que não funcionava, e nós colocamos para funcionar. Nós também já inauguramos a UPA de Valéria, San Martin, de Itapuã, Barris e vamos inaugurar a UPA de Brotas, Pirajá, São Cristovão e a UPA de Paripe.
Hoje vamos ter oito unidades funcionando com qualidade, com serviço inegável. Se olharmos para a situação da limpeza, a cidade estava tomada pelo lixo, não tinha investimento nessa área e por conta disso passamos um primeiro ano muito difícil. Tivemos que enfrentar as empresas que prestam serviço e pegamos na unha, determinamos várias metas, até que o serviço melhorou e hoje tem um padrão muito mais aceitável pela população. Na educação, estamos com um processo que nunca fui visto de reconstrução de mais de 80 escolas da nossa cidade, a construção de 40 novos equipamentos, a implantação da educação em tempo integral. Outro assunto é a Guarda Municipal: quando eu cheguei, ela trabalhava num esquema de trabalhar 12 horas e folgar 60. Não tinha equipamento, treinamento, só tinha um veículo. Qualificamos, treinamos, armamos, tiramos ela apenas da segurança patrimonial e levamos para rua, compramos as unidades móveis, mais de 40 viaturas, um trabalho de aperfeiçoamento.
Na própria Transalvador, as viaturas eram cerca de 40, caindo aos pedaços, as pessoas desmotivadas e nós não só renovamos, como ampliamos, significativamente, a frota, hoje são mais de 100 veículos, fardamento novo, treinamento de pessoal, enfim. Eu não tenho dúvida de que pra qualquer setor do serviço público que você olhe, você vai ver avanços significativos, repito, pelos números. Mas você pergunta: prefeito, já é o que você quer como ideal? Claro que não. Para aperfeiçoar tem que melhorar sempre, e o que é importante é que as conquistas são significativas e estão consolidando um novo padrão de administração para a cidade.
Tribuna – O que mais tira seu sono, prefeito? Falta de recurso para o que pretende fazer?
ACM Neto – Eu não diria isso não, pois, nesse aspecto, avançamos muito. Salvador estava completamente cheia de dívida, R$ 3 bilhões, inadimplências que impediam a cidade de firmar convênios, descrédito total. Hoje, graças a Deus, as contas estão equilibradas, a cidade voltou a ter capacidade de investir com recursos próprios. Hoje eu tenho como disponibilidade de caixa algo em trono de mais de R$ 1 bilhão, por tanto, nesse aspecto, acho que todo esforço que foi feito, liderado por Mauro Ricardo, secretário da Fazenda, deu avanços importantíssimos. Veja que toda essa melhoria dos serviços públicos, toda recuperação da infra da cidade, as praças, quadras e campos, encostas, limpeza de canais, escadarias, asfalto, a orla, tudo isso é com recursos próprios e não há um centavo do governo estadual e federal.