Pequenos e médios produtores de leite da Bahia, inclusive da Chapada Diamantina e de Feira de Santana, as regiões mais prejudicadas pela falta de mercado para produção de leite, recebem novo alento com as soluções discutidas pelo Governo e indústrias. Em reunião realizada na manhã de terça-feira (9), no gabinete do secretário estadual da Agricultura, Jairo Carneiro, o diretor de compras da Nestlé, Renê Machado, concordou em aumentar o volume de compra de leite de 50 mil para 75 mil litros/dia, como medida de curto prazo, e de apresentar ao conselho da indústria a proposta de instalar um entreposto na região de Feira de Santana ou na Chapada, para comprar diretamente dos criadores. A indústria deve estudar também a proposta de voltar a industrializar na unidade de Itabuna produtos que consumam mais leite, e com isso voltar o volume de compra de 500 mil litros/dia.
Logo depois da reunião, o proprietário do Laticínio Lacaa, de Capela de Alto Alegre, que havia anunciado aos produtores da região que passaria na próxima semana a comprar o leite a R$ 0,68, já que a Nestlé não compraria mais nenhuma quantidade, e por isso teria que enviar toda produção para o Laticínio Da Vaca, em Ibirapuã, onerando os custos, diante da decisão da Nestlé, reconsiderou o anúncio e decidiu que pagará R$ 0,75 por litro. O dirigente da Lacaa disse ainda que se no futuro a Nestlé reduzir o preço, o laticínio também o fará, proporcionalmente.
O diretor da indústria de leite Vale Dourado, de Itapetinga, Carlos Sampaio, também se dispôs a prestar serviços para as cooperativas de produtores, transformando o leite líquido em leite em pó, para venda à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para o secretário Jairo Carneiro, a reunião foi muito importante, com resultados que precisam ainda ser ampliados. “O leite é uma das cadeias produtivas mais importantes da agropecuária e representa a sustentabilidade para o seminárido, ao lado da cadeia da ovinocaprinocultura, por envolver grande número de agricultores familiares”.