Após reunião com o ex-presidente Lula na semana passada, membros da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) apresentaram reivindicações para a presidenta Dilma Rousseff, durante encontro nesta segunda-feira (15), no Palácio do Planalto. Representando o estado da Bahia, o dirigente nacional do MST, Márcio Matos, diz que o debate central desse encontro foi a criação de um plano de metas anuais para assentar famílias no país, além de questões voltadas para o desenvolvimento territorial com produção de alimentos em assentamentos de reforma agrária. “Debatemos ainda conjuntura política, questões como novas políticas públicas para agricultores familiares, ampliação de créditos e desenvolvimento rural com assistência técnica. A intenção é construir com a presidenta um conjunto de ações, um plano de metas, para avançar o que não conseguimos neste primeiro governo”, salienta Matos.
Ainda durante o encontro, o MST apresentou quatro eixos de propostas: o acesso e democratização da terra, o estímulo à produção de alimentos saudáveis, atenção à Educação no Campo, além de reivindicar a criação de novas políticas públicas de infraestrutura de assentamentos, como o PAC da Reforma Agrária. O dirigente nacional Márcio Matos revela que as cobranças apontam que o governo federal deve assentar “todas as famílias que estão acampadas debaixo das lonas pretas e nas beiras de estradas ou em terra da União. Pedimos também a valorização dos servidores do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], órgão que executa as políticas de reforma agrária no país”
Combate aos transgênicos e ao uso de agrotóxicos, assistência técnica específica, compromisso com a compra da produção da agricultura familiar e da reforma agrária, fortalecimento de programas como o Programa de Aquisição de Alimentos, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, o Terra Forte e menor burocracia para acesso a eles, também foram debatidos no encontro com Dilma. O MST reivindicou a reestruturação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de forma que sua vinculação seja com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), ou o Ministério do Desenvolvimento Social. Participaram da reunião com Dilma, os dirigentes do MST Débora Nunes, João Paulo Rodrigues, João Pedro Stedile, Márcio Matos, Rosana Fernandes, Kelli Mafort, Cedenir de Oliveira e Alexandre Conceição.