Os protestos não ficaram de fora da programação do Carnaval de Salvador. A Mudança do Garcia, que sai tradicionalmente na segunda-feira de carnaval, levou mais uma vez para as ruas foliões em um desfile diferente de todos do circuito oficial. Com mais de 80 anos de existência, sem cordas, o bloco da Mudança já virou o ponto de encontro de políticos, membros de movimentos sociais, de sindicatos e militantes de partidos de esquerda. Mantendo o costume de levar faixas, cartazes e bonecos tradicionais, o grupo de autoridades políticas e da capital reuniu deputados estaduais e federais, além de prefeito, vereadores e presidentes de agremiações. Presente ao evento, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), voltou a defender maior participação de mulheres na política, a luta contra o racismo e a diversidade cultural da festa momesca. Esse ano o tema da Mudança foi “Repensando o Garcia”, como uma forma de resgatar o modo tradicional de carnaval que originou o bloco.
“É um carnaval da diversidade com respeito às ideologias, com a participação dos poderes públicos e da população. Em toda a festa, o governo do estado tem mostrado isso. O governador Rui Costa investiu na pipoca e na organização dessa festa popular que envolve o povo, todas as etnias, todos os grupos sociais, dando uma alternativa para quem não se contenta apenas com a indústria cultural”, aponta Assunção, que seguiu diferentes grupos de percussão e instrumentos de sopro – relembrando as marchinhas de carnavais. A Mudança do Garcia foi puxada por um minitrio com a cantora Cláudia Costa.
O parlamentar federal ainda destacou a participação do governo federal na festa e ouviu apelos de diferentes setores da capital que estão descontentes com a administração da prefeitura, comandada pelo prefeito ACM Neto (DEM). “Os vigilantes, por exemplo, protestaram dizendo que a atual gestão ainda não pagou os vencimentos, os movimentos que vieram de Itapuã pedem a revitalização da orla marítima e tantos outros que foram representados aqui. Estamos atentos para os serviços e programas da capital, temos de inserir os bairros tradicionais e os periféricos, dando lugar para a população ter mais qualidade de vida e vamos trabalhar para garantir os direitos de quem mais precisa”, completa Valmir.