O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) pediu nesta quinta-feira (26) mais atenção para a política de segurança pública para torná-la mais eficaz. Em discurso na Câmara Federal, o parlamentar petista disse que a audiência pública realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Bahia) para debater a chacina no bairro do Cabula, em Salvador, nesta quinta, cumpre a função social de aprofundar temas envolvendo a segurança diante do cenário que vive o estado. “Precisamos nos debruçar com mais afinco sobre a política de segurança pública para torná-la mais eficaz, humana, e sintonizada com a sociedade. Não dá mais para, em pleno século 21, a polícia se organizar em uma estrutura criada na década de 60, quero falar com bastante convicção, não há mais espaço para a polícia militarizada no Brasil. Nenhuma das democracias mais consolidadas do mundo possui este tipo estrutura”.
De acordo com Valmir, este tipo de estrutura reflete nos números (alarmantes) tanto de jovens negros exterminados como de policiais negros, em sua maioria, mortos em serviço. “É uma lástima acompanhar dia a dia uma verdadeira guerra de negros contra negros. A política pública de segurança deve ser repensada para darmos um fim a esta triste realidade. E os primeiros passos precisam ser dados. As bases comunitárias de segurança só podem ser implantadas se estiverem fortemente aliadas a outras políticas sociais para a comunidade. A base tem que vir depois e não antes”. Para Assunção, nos últimos 12 anos no Brasil, e oito na Bahia, muita coisa mudou e as condições de vida das pessoas melhoraram significativamente, mas ele ainda considera que tem muito a avançar.
“O governador Rui Costa está absolutamente focado em elevar ainda mais essas condições. Para tanto temos que investir maciçamente em educação, esporte, cultura, lazer e outras tantas políticas sociais dentro das comunidades. O debate sobre a segurança pública é complexo e urgente. Precisamos com a maior brevidade possível dar os primeiros passos concretos no sentido de transformá-la, sob pena de vermos mais e mais jovens exterminados, policiais mortos e a sensação de segurança minada na sociedade”, completa Valmir. A audiência pública da OAB-Bahia em Salvador contou com a presença de representantes dos policiais militares, civis, da sociedade organizada, notadamente do movimento negro, autoridades públicas e militantes da campanha reaja ou será morto.