A Câmara Federal aprovou uma moção de repúdio contra o governo da Venezuela, na última quarta-feira (25). Essa ação foi contestada pelo deputado baiano Valmir Assunção (PT-BA), que considerou a moção um desrespeito à autonomia da Venezuela, enquanto país democrático. De acordo com Assunção, a argumentação foi capitaneada pelo PSDB e pelo DEM. O petista avalia que o ato da Câmara Federal brasileira “foi um desrespeito ao presidente Nicolás Maduro, eleito com a maioria dos votos venezuelanos, em eleições limpas e reconhecidas pela comunidade internacional, além de desrespeito à soberania do povo venezuelano”. “Este Parlamento não tem o direito de interferir naquilo que não tem informações concretas. Baseiam-se em informações filtradas pela mídia brasileira, que todos sabem, é concentrada em um pouco mais de oito famílias que costumam deturpar as informações quando o assunto é ideologicamente divergente”.
Valmir ainda diz que a postura do DEM e do PSDB em relação aos assuntos internacionais é no mínimo curiosa. “Diria que há uma indignação seletiva acerca dos fatos. Os EUA, por exemplo, quando invadem países sem o aval dos organismos internacionais, da ONU, não há nenhuma reclamação neste Parlamento. Quando o Parlamento paraguaio promoveu um golpe de estado contra o ex-presidente Fernando Lugo, muitos dos parlamentares destes dois partidos se colocaram contra o povo e apoiaram a elite do Paraguai, incomodada com as ações democratizadoras de Lugo”, declarou Valmir em discurso registrado na Câmara Federal.
Para Assunção, o DEM e o PSDB, que historicamente se colocam contra o povo brasileiro e protagonizam ações que promovem a violência no campo e na cidade, desenvolvem a política de governar apenas para uma minoria da população brasileira, em detrimento de todos os trabalhadores, e não estão atuando de forma diferente em relação ao que está acontecendo na Venezuela. “É uma tentativa de desestabilizar o país, tal qual como tentam fazer aqui no Brasil, com suas propostas golpistas contra o governo brasileiro, contra a democracia que com tanto custo conquistamos após o longo período da Ditadura Civil-Militar”.
Valmir ainda continua citando o exemplo do prefeito de Caracas, Antônio Ledezma, que foi preso acusado de “articular golpe de estado e incitar a violência, estava fazendo. “É crime na Venezuela conspirar para organizar e executar atos de violência contra o Estado. Isso nem o DEM e nem o PSDB trazem para o debate desta Casa. Preferem ocultar informações fundamentais para enganar o povo brasileiro e insultar o povo venezuelano”, finaliza.