Na próxima segunda-feira (2), deputados estaduais da oposição deverão se reunir para discutir questões relacionadas à bancada da minoria na Asssembleia Legislativa da Bahia (Alba) e pretendem, também, conversar sobre possíveis indicações para ocupar o lugar de Zezéu Ribeiro, membro do Tribunal de Contas do Estado, morto na última quarta-feira (25). As atividades no parlamento baiano foram interrompidas após o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), ter declarado luto de dois dias com a morte inesperada do conselheiro. Segundo o presidente do TCE, Inaldo da Paixão, a vaga será indicação dos deputados. Mas, no velório do conselheiro, o pedetista, ao ser questionado sobre a indicação pelos parlamentares, preferiu não polemizar e disse que o momento era de respeitar o luto. “Isso só será pensado na semana que vem”, disse. Nilo acrescentou ainda que as inscrições serão abertas, mas a indicação partiria mesmo do governador Rui Costa. “Não temos nomes nem prazo para que a Eleição ocorra”, declarou.
Nos corredores da Assembleia, a informação que circula é que os oposicionistas vão unir esforços para impedir que o governo estadual faça o sucessor do conselheiro. Por isso, apostam na insatisfação do presidente da Assembleia com a demora na indicação pelo governador Rui Costa para definir quem comandará a Embasa, último posto cobiçado do segundo escalão do governo petista. Nilo teria indicado logo em janeiro para a presidência da Embasa os nomes de Marcos Presídio e Gervásio Prazeres de Carvalho, ambos superintendentes da Assembleia. A nomeação, no entanto, tem sido tratada com muita delicadeza pelo secretário de Relações Institucionais do Estado, Josias Gomes. Ventila-se que os petistas têm o interesse de manter a empresa sob o comando do atual dirigente e indicação da sigla, Aberlardo Oliveira.
A indicação do pedetista (Marcos e Gervásio) teria sido um compromisso assumido por ele antes das eleições do ano passado. O governador Rui Costa teria referendado as indicações, mas, até então, nenhuma definição foi assumida pelo secretário Josias Gomes. Conforme Nilo havia informado ao jornal Tribuna da Bahia, ambos são “extremamente competentes”. “Marcos é superintendente há 18 anos na Assembleia e Gervásio já foi presidente da Embasa”, disse. Segundo uma fonte da oposição, a insatisfação de Nilo com a demora da nomeação do comando da Embasa pode servir como motivação para desbancar o governo na indicação do sucessor de Zezéu Ribeiro. Questionados, eles negam que haja essa pressão.
Líder da oposição na Alba, o deputado estadual Sandro Régis afirmou que o assunto ainda não foi tratado na quinta-feira, dia do velório de Zezéu, e na última sexta-feira, quando seria para a entrega da Medalha 2 de Julho ao secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, por solicitação do parlamentar Pastor Sargento Isidório (PSC). “Ainda não pensamos nesse assunto. Na segunda-feira iremos nos reunir com os deputados da oposição e, talvez, esta questão entre em pauta”, afirmou ao Bocão News. O político petista e ex-deputado Zezéu Ribeiro foi eleito conselheiro do TCE na Assembleia Legislativa, em 2013, em meio a grande polêmica, quando o outro indicado era Carlos Gaban (DEM).
Para dar a cadeira ao político, foram necessárias duas votações até se obter a maioria absoluta dos votos, que é de 32. Na primeira, o conselheiro obteve 27 e Gaban ficou com 28 votos. Numa segunda votação, Gaban conquistou 23 votos contra 35 do petista. Na ocasião, o pedetista Marcelo Nilo negou a possibilidade de fraude para levar ao TCE o companheiro petista. Extraído do site da Tribuna da Bahia.