Moradores dos municípios de Andaraí e Lençóis, na Chapada Diamantina, estão reivindicando ao Governo do Estado a implantação de uma balsa elétrica no Rio Utinga, no trecho do povoado de Remanso com cerca de 400 metros de extensão. Segundo o empresário Jânio Azevedo, morador de Lençóis, a cidade de Andaraí fica a 100 quilômetros de distância de Lençóis, mas este percurso pode ser encurtado para 36 se esse trajeto fosse feito pelo Remanso, por meio da balsa elétrica, não havendo necessidade de dar a volta pela BR-242.
De acordo com informações, em 2008, a proposta de criação deste novo roteiro turístico foi apresentada pelo próprio Jânio Azevedo ao então secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli. O projeto previa a criação de uma parceria da iniciativa privada com a associação quilombola do Remanso, onde está situado o decantado Pantanal Marimbus. Porém, nem o apelo turístico, nem o caráter social do projeto sensibilizaram o poder público.
Leia também:
Chapada: Guias de Lençóis reivindicam ações do ICMBio para uso da trilha da Fumaça
Atualmente, apenas com veículos de tração nas quatro rodas é possível desbravar as belezas de um roteiro similar, pela Velha Estrada do Garimpo. “A travessia Marimbus-Montanha poderia estar servindo, não somente à atividade turística, mas para reduzir as distâncias entre Lençóis, Andaraí, Nova Redenção, Mucugê e Itaetê”, esclarece Jânio Azevedo.
Para o empresário, que também é produtor rural, quem defende que as coisas continuem como estão, “sob o pretexto de garantir a preservação do meio ambiente, mal se dá conta de que defende no mesmo pacote a elitização do acesso”. Para Jânio, isso é uma restrição do direito de ir e vir. “[É] um processo em que poucos ganham, poucos desfrutam e a maioria paga o preço e o risco de longas e desnecessárias viagens pelas BRs da vida”.