Em menos de um mês do falecimento de Zezéu Ribeiro (PT), a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) elegeu Marcus Presídio como seu sucessor na vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Presídio, até então superintendente financeiro da Alba, passa a ocupar a cadeira de indicação dos deputados. 55 dos 63 votantes aprovaram o novo integrante das corte de Contas em uma sessão plenária tranquila e com discursos de amenidades e elogios, tanto de governistas quanto de oposicionistas. Somente sete deputados não votaram, que foram Ângelo Coronel (PSD), Roberto Carlos (PDT), Robinho (PP), Carlos Ubaldino (PSD), Tom Araújo (DEM), Paulo Rangel (PT) e Targino Machado (DEM), que está de licença médica após cirurgia de coração.
Advogado, com especialização em Gestão Operacional Pública, funcionário efetivo da Alba há 32 anos, ele é um técnico com larga experiência em administração pública e ocupa há 18 anos a Superintendência de Administração e Finanças – o cargo de maior responsabilidade do Legislativo estadual. Em entrevista, o escolhido afirmou que vivencia um momento de boas expectativas para a função que desempenhará. “Meu nome foi indicado por conta do trabalho que desempenhei nesses anos aqui no Legislativo. Conheço a gestão de gastos e aplicarei esse conhecimento acumulado”, declarou.
Quem está com a moral em alta é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT). Mais um apadrinhado seu é emplacado no TCE. No ano passado, na eleição que elegeu Zezéu, o então deputado estadual João Bonfim (PDT) foi agraciado com uma vaga no Tribunal. O nome de Presídio teve o aval de Rui, para tanto, teve candidatura única. O PT, que ensaiava colocar adversário, havia desistido. Nilo, a todo tempo, teceu elogios ao apadrinhado. “Em todos os meus anos de vida pública, nunca vi um homem com tamanha competência. É um dos melhores gestores que eu já conheci”, afirmou.
COMISSÃO
Antes de ter seu nome votado no plenário, pela manhã, o candidato foi sabatinado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), presidida pelo deputado Joseildo Ramos (PT). Por ter sido candidato único, a sabatina seguiu somente a exigência constitucional e regimental, que antecedeu o escrutínio definitivo em plenário. Tanto na comissão quanto no plenário, o voto foi secreto.
Presente no encontro matutino, Nilo, emocionado, pediu a aprovação do nome de Presídio para o TCE. “Vou sentir muita falta de você”, disse, com a voz embargada. O pedetista foi aplaudido pelos deputados que acompanham a sessão. O deputado Pablo Barrozo (DEM), vice-presidente da Comissão, fez questão de sinalizar o apoio a Presídio, por considerá-lo qualificado para exercer o cargo com “competência e moralidade”, conforme ressaltou. O líder da Oposição, Sandro Régis (DEM), reafirmou que a indicação de um nome técnico e qualificado foi decisivo para que a bancada concordasse com o apoio. Por acordo de liderança, a oposição dispensou formalidades a fim de que a indicação fosse apreciada e votada sem obstruções em plenário.
Para o líder do governo, Zé Neto, a unidade em torno do nome de Presídio demonstra a capacidade técnica e a capacidade de agregar do ponto de vista da satisfação. “Nesse instante a Assembleia, em festa, entrega ao TCE um dos melhores quadros da Casa. Fica a satisfação e alegria de, em um acordo entre a base do governo e a oposição, votar e, acima de tudo, destacar a unidade do Legislativo em torno da escolha de Presídio, que é uma pessoa com formação e capacidade. Teremos um Conselheiro à altura da Bahia”, destacou.