Um jovem com um cartaz pedindo intervenção militar foi vaiado e xingado durante a manifestação contra a corrupção, em Copacabana. O estudante de engenharia Aramis Farias foi hostilizado pelos demais participantes do ato, que o acusaram de ser “infiltrado do PT”. Aramis explicou que não defende a volta da ditadura, mas apenas uma intervenção militar para restabelecer a ordem e combater a corrupção. “Eu não defendo o militarismo. É intervenção militar. É diferente de regime, é diferente de ditadura. É para que os militares entrem na política e corrijam o que está errado, pois a política está envolta em corrupção”, se defendeu Aramis.
Quando o jovem terminava de falar, um grupo começou a vaiar, mandando que ele baixasse a faixa. O economista Cláudio Maes chegou a se exaltar e acusou o estudante de ser infltrado do PT, para descaracterizar a manifestação. “Você está aqui no meio da galera, sabendo que ninguém quer [o militarismo]. Você é infiltrado do PT”, acusou Maes. Aramis ainda tentou ficar em meio à multidão, mas acabou desistindo, baixou o cartaz e se retirou para a lateral da via onde ocorre a manifestação.
Os militares estiveram no poder, no Brasil, por 21 anos. Neste domingo(15), há exatos 30 anos, José Sarney tomava posse como o primeiro presidente do regime democrático pós-ditadura, dando início ao período que ficou conhecido como Nova República. Também chamada de sexta República, o período foi marcado pela redemocratização política do Brasil, depois de mais de 20 anos de um governo caracterizado pela repressão política, que se iniciou com a deposição do presidente João Goulart em 1964. Em 1968, o então presidente Artur da Costa e Silva baixou o Ato Institucional 5, que dava plenos poderes ao presidente da República, tais como suspender e cassar mandatos, e suspendia garantias constitucionais como os direitos políticos dos cidadãos, além de decretar o recesso do Congresso Nacional. Da Agência Brasil.