Após polêmica com o Congresso Nacional, o ministro da Educação, Cid Gomes, pediu demissão nesta quarta (18). A demissão foi aceita pela presidenta Dilma Rousseff. Ainda não há mais detalhes sobre a substituição de Gomes na pasta. “O ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedicação dele à frente da pasta”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência.
Cid Gomes foi nesta quarta à Câmara dos Deputados para explicar declarações que deu em evento na Universidade Federal do Pará, de que há no Congresso Nacional “400 ou 300 achacadores” que se aproveitam da fraqueza do governo para levar vantagens. Cid Gomes disse que essa não é sua “opinião pública” e que a fala foi feita a estudantes dentro da sala do reitor após ser questionado pelos estudantes sobre a falta de dinheiro para a educação.
Líderes partidários da base governista e da oposição criticaram duramente as declarações e a postura do ministro da Educação, Cid Gomes, no plenário da Câmara, e pediram a saída dele do cargo. Minutos depois, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou no plenário que havia recebido um comunicado do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, avisando da demissão de Cid Gomes. O líder do governo da Câmara, José Guimarães (PT-CE), confirmou que o ministro foi ao Palácio do Planalto ao sair do Congresso.
Cunha processará Cid Gomes
No final da sessão desta quarta-feira, Eduardo Cunha afirmou que a presidência da Câmara irá entrar com uma ação contra Cid Gomes. O peemedebista também afirmou que irá pedir a abertura de um processo contra o ministro em seu nome: “Não vou admitir que alguém que seja representante do poder Executivo, agrida não só essa casa, como ainda volte aqui e reafirme as ofensas”. Com informações da Agência Brasil e do O Globo.
Confira trecho da fala de Cid Gomes:
“Não concordo com a postura de alguns, de vários desses, que mesmo estando no governo têm postura aqui de oportunismo. Partidos de situação têm o dever de ser situação. Ou larga o osso e saia do governo. Tem gente aqui que planta dificuldade pra colher facilidades, e o que é isso, tem partido que tinha 5 ministérios e achou pouco, aí agora tem 6, e ainda quer 7, depois 8, depois 9 e depois vão querer a presidência!”. Estou com Dilma porque ela é uma mulher séria, porque eu acredito nela, e não posso ficar olhando um bando de oportunistas, da classe política, empresários, querendo jogá-la na parede pra faturar mais”.