O governador da Bahia Rui Costa (PT) recebeu as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na tarde desta terça-feira (17), durante reunião na governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador. Essa é a primeira vez, em 31 anos, que o MST é recebido no primeiro dia de chegada da marcha à capital. Cerca de seis mil sem terra montaram acampamento no CAB em luta pela reforma agrária e por mais infraestrutura no campo. Segundo informa o dirigente nacional do movimento, Márcio Matos, os trabalhadores devem iniciar o regresso para suas regionais em diferentes territórios do estado. “Negociamos com o governo, que foi célere na resolução, e pela primeira vez tivemos uma reunião com lideranças no mesmo dia que chegamos da caminhada. O governador se comprometeu em auxiliar o movimento com infraestrutura, segurança e serviços públicos, como construção de quadras de esportes, postos de saúde e escolas nos assentamentos”, afirma Matos, ao lado de Evanildo Costa, da direção estadual.
De Brasília, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), cumpria agenda em Ministérios quando foi informado do avanço nas negociações e do acordo feito pelo governador Rui Costa com o movimento. “Já era de se esperar que o chefe do Executivo tivesse essa postura democrática e respeitosa com o MST. Mas nem nós imaginávamos que as negociações avançariam tão rápidas. Estamos cansados de sermos chamados de baderneiros, quando o que buscamos é que seja cumprido o que está escrito na Constituição Federal deste país, que é usar a terra para gerar alimento e emprego para agricultores familiares, assentados de reforma agrária. Rui Costa mostrou mais uma vez que foi eleito para elevar a forma do PT governar, observando as demandas da população e não como era feito antes na Bahia, quando o DEM governava e tentava incriminar um movimento legítimo, demorando dias para atender as lideranças”, afirma o petista.
Para Elizabete Rocha, também dirigente nacional, o MST dá um grande passo para seguir a luta por terras na Bahia. Ela diz que a caminhada deixou a marca da força que o movimento tem no estado e considerou os apoios durante a marcha importantes para vencer obstáculos, principalmente os que as mulheres enfrentam. “Seguimos em frente com ainda mais força e em busca de uma reforma agrária popular, pelo fim da hegemonia do agronegócio, com produção de alimento sem agrotóxicos e mais políticas públicas para o campo. Cada um leva sua experiência de luta para suas brigadas e direções regionais. Vamos avançar ainda mais, para alcançar novos objetivos e mais incentivo para os assentados e acampados”, completa.