Considerado o município mais importante do Recôncavo baiano, Santo Antônio de Jesus acaba de receber mais um incremento econômico. Começou a entrar em operação na cidade, às margens da BR-101, a nova unidade fabril do grupo Calçados Ramarim. A inauguração ocorreu na manhã desta quinta-feira (19), com a presença de diretores da empresa e diversas autoridades, entre elas, o governador Rui Costa. Cerca de 600 vagas diretas de emprego foram geradas nesta que é a terceira fábrica do grupo na Bahia – as outras duas estão em Jequié. A expectativa dos diretores é que, nos próximos meses, o número de empregos chegue a 700, pois ainda há postos a serem preenchidos.
Para Rui Costa, fábricas de calçados são empresas de mão de obra intensiva que causam forte impacto econômico onde se instalam. “O investimento é baixo, mas a quantidade de pessoas empregadas é alta. Este tipo de empreendimento interessa muito ao Estado da Bahia, porque dá oportunidade de as pessoas trabalharem, além de gerar renda nas nossas cidades e comércio”.
As contratações estão sendo realizadas por meio do Serviço Estadual de Intermediação para o Trabalho (SineBahia) ou diretamente na sede da Ramarim, em Santo Antônio de Jesus. Aos 34 anos, a monitora de fábrica Perpétua Fernandes é uma das centenas de mulheres que tiram da manufatura o sustento da família. “Depois que a outra indústria que eu trabalhava faliu, a gente ficou sabendo que ia vir outra fábrica pra cá. Graças a Deus, ela [a Ramarim] chegou e tem dado emprego a muita gente. Agora está ótimo. Estou empregada, com minha carteira [profissional] assinada”.
Quando soube da instalação da Ramarim, Daniel Santos, 42, não pensou duas vezes e encaminhou o currículo. Quando ficam prontos, os sapatos ganham brilho pelas mãos de Daniel, que é polidor. Contratado há pouco mais de um mês, ele quer se empenhar no trabalho para prosperar. “Tem sido uma experiência boa. É uma empresa de nome e tem a crescer muito mais aqui. Estou dando o melhor de mim”.
Produção
A unidade da Ramarim em Santo Antônio de Jesus produz, exclusivamente, calçados femininos. Todas as etapas de produção são realizadas no local, que atualmente confecciona 4,6 mil pares de calçados por dia. Em torno de 90% da produção é distribuída para o mercado brasileiro e o restante segue para o exterior. Sandálias e sapatos produzidos na cidade do Recôncavo passaram a ser comercializados em países como México, Venezuela, Emirados Árabes e Reino Unido.
De acordo com o vice-diretor da Ramarim, Eduardo Schuwan, entre os fatores que influenciaram na decisão da empresa em ampliar a atividade na Bahia, estão a estrutura que já havia sido ocupada por uma fábrica de tênis, a mão de obra qualificada e os incentivos fiscais. “Já estamos há 18 anos na Bahia e, nas unidades de Jequié, temos um total de quatro mil funcionários”.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, James Correia, outras empresas já demonstraram interesse em se instalar no Recôncavo. Para ele, a inauguração da fábrica de calçados confirma a continuidade da retomada do crescimento da produção de calçados na Bahia. “Dos R$ 74 bilhões em investimentos privados previstos para os próximos quatro anos na Bahia, 80% devem ser injetados em cidades do interior”.