A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai fazer uma varredura em ao menos R$ 62,6 milhões de doações eleitorais declaradas à Justiça para verificar se o dinheiro desviado da Petrobras foi destinado por empreiteiras para abastecer campanhas. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. A suspeita é que parte da propina de empresas a políticos e partidos tenham sido pagas por meio de doações registradas para campanha. Esses recursos viriam de contratos superfaturados de obras da Petrobras. Nos pedidos de investigação autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR questionou R$ 38,8 milhões de contribuições de empreiteiras para o PMDB, R$ 9,8 milhões ao PT e R$ 9 milhões ao PSDB. Também suspeita das doações oficiais recebidas diretamente por ao menos 15 políticos, em valores que somam cerca de R$ 11 milhões.
São eles: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Gleise Hofmann (PT-PR), o ex-deputado e ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP-BA), Eduardo Campos (PSB-PE), Lindenbergh Farias (PT-RJ), Humberto Costa (PT-PE), Valmir Raupp (PMDB-RO), Benedito de Lira, (PP-AL), Simão Sessin (PP-RJ), Nelson Meurer (PP-PR), Cândido Vacarezza (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT), João Pizzolatti (PP-SC), Aline Corrêa (PP-SP) e Roberto Teixeira (PP-PE). Durante delação premiada, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, disse que doação eleitoral é “a maior balela” que existe no país. “Seja oficial ou não oficial, não são doações, são empréstimos. A empresa está emprestando pro cara e depois vai cobrar”. Da Tribuna da Bahia.