Acusado de tentar abusar sexualmente de servidoras públicas, o ex-secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado (SJCDH), o promotor de Justiça Almiro Sena, deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) na próxima sexta-feira. Indicado pelo PRB para ocupar o cargo em 2008, durante o governo de Jaques Wagner (PT), ele abandonou a secretaria em meados de 2014, logo após as acusações. O julgamento foi adiado no dia 13 de fevereiro por conta do pedido de vista do desembargador Lourival Trindade após o voto do relator Mário Alberto Hirs. Acabou sendo remarcado para o dia 13 de março, no entanto, também não ocorreu nessa data.
A sessão plena, onde a questão será avaliada, começa às 8h30. O Tribunal Pleno irá determinar ou não sanções ao promotor pelas denúncias a ele direcionadas. Segundo o advogado Gamil Föppel, o processo corre em segredo de Justiça. Sena, que foi indicado pelo PRB, partido que compôs a base no período, para atuar no governo, chegou a se defender na imprensa, à época, ao classificar as acusações como “levianas e covardes”. “Só tenho a afirmar e reafirmar que jamais pratiquei, pratico ou praticarei atos dessa natureza. Não posso imaginar as insidiosas motivações que podem estar por trás dessas calúnias, difamações e injúrias. Todavia, postulo a imediata apuração dos fatos para que a verdade prevaleça, à luz da lei e da justiça”, disse.
À época da denúncia, o PRB também emitiu nota sobre o caso envolvendo o indicado. Segundo o comunicado, a escolha teria sido feita tendo como base a sua trajetória pública e profissional, “que não possuía nada que o desabonasse moral e eticamente para a assunção do cargo”. A sigla também afirmou que aguardaria o “desenvolvimento da apuração pelos órgãos competentes”.
O desenrolar do caso começou quando o MP-BA protocolou uma ação para apurar denúncias de servidoras da secretaria gerida pelo promotor. No documento apresentado à Justiça, Sena é acusado de utilizar do poder de secretário para abusar sexualmente das servidoras. Segundo elas, que preferiram não serem identificadas, e ainda pediram que a imprensa fosse evitada, Almiro se escondia atrás da máscara de secretário e usava de sua influência para arquivar processos similares de abuso sexual nos quais era acusado. Extraído da Tribuna da Bahia.