O deputado estadual, Alan Sanches (PSD), em sessão especial na manhã desta quinta-feira (26), no Plenário da Asssembleia Legislativa, em homenagem ao Dia Internacional da Epilepsia, ao ouvir representantes do setor, conclamou por maior participação do poder público em prol da causa. Dentre os principais impasses relatados por médicos e portadores está a distribuição de medicamentos, classificada como ineficiente. E conforme Alan Sanches, que é médico por formação e presidente da comissão de Saúde e Saneamento Básico no parlamento, não é possível ignorar que a distribuição de forma regular, levando em conta que o tratamento deve ser contínuo, é fundamental para que o paciente tenha uma vida produtiva e sem preconceitos. “Ou seja, o acesso ao medicamento vai fazer com que as crises sejam mais espaçadas e sem grandes impactos, o que proporcionará uma vida com maior qualidade ao portador, a exemplo do que ocorre com os diabéticos”, frisou.
Presente na audiência, o vereador Henrique Carballal, parabenizou a coragem do deputado Alan Sanches em travar de forma pioneira o debate a doença que hoje acomete milhões de pessoa em todo mundo, e reforçou a necessidade de políticas públicas. “Estamos no século 21 e o despreparo, a falta de informação, sobre a epilepsia é gritante. A Bahia precisa ter estatísticas e diagnósticos precisos e mais ainda garantir acompanhamento, com a oferta de mais políticas públicas, a começar pelo acesso as medicações”. Mais além, ele destacou conhecer o compromisso do deputado estadual Alan Sanches com a coisa pública e sugeriu uma parceria da Assembleia com a Câmara Municipal de Salvador. “Até para implementarmos legislações que beneficiem os portadores, num processo conjunto”.
O coronel Júlio Nascimento, do 1º grupamento da Polícia Militar, por sua vez, alertou para a necessidade de uma campanha de conscientização nas escolas. “Pois, na maioria dos casos, numa crise epilética quando um bombeiro chega o processo crítico já passou. Por isso, a necessidade de se orientar como ajudar é importantíssimo e a escola é ponto inicial desse trabalho de conscientização”, enfatizou.
Sem esconder a emoção, o coordenador da Unidade de Apoio a Epilepsia em Salvador, Roque Brito, que também é portador, descreveu que: “nós portadores, somos os maiores preconceituosos da doença e hoje, embora a tecnologia tenha avançado, o nível discriminação é muito grande e isso se dá pela ignorância sobre a enfermidade que, consequentemente, dificulta o tratamento, que com medicações corretas pode ser solucionado”. Ele citou também a dificuldade de se ter acesso a medicações, onde nem todas são subsidiadas pelo governo. “Então o que a gente precisa só de uma coisa: lembrar que todo dia é dia de se conscientizar”.
Alan Sanches, por fim, enquanto presidente da comissão de Saúde, se comprometeu a apoiar a causa e reafirmou que a porta do colegiado estará sempre aberta. Dentre os presentes estavam o presidente do Cremeb, José Abelardo Garcia de Menezes, o coordenador do Samu de Salvador, Ivan Paiva e o vereador Duda Sanches.