A estudante feirense Georgia Gabriela Sampaio de 19 anos, que foi aceita em nove universidades dos Estados Unidos, retornou a Feira de Santana cheia de planos. Ela esteve naquele país em novembro de 2014 e apresentou um projeto que visa desenvolver marcadores para diagnóstico de endometriose através do sangue. Desde janeiro de 2015 que Georgia foi para Fortaleza reforçar o conhecimento nas áreas de Química, Física e Matemática. A estudante feirense retornou a Feira de Santana na noite do último domingo (5) e está muito feliz com os resultados alcançados.
“Conversei com dois médicos nos Estados Unidos sobre minha pesquisa e minhas ideias e os dois validaram meu projeto. Um deles, inclusive, está fazendo o mesmo projeto, então o resultado foi a confirmação de que valia a pena continuar investindo. Voltei de lá com a ideia de que queria retornar de novo para dar continuidade a pesquisa, pois percebi que o campo tem mais oportunidades para quem quer desenvolver tanto pesquisa, quanto projetos de inovação e empreendedorismo. Aqui no Brasil, infelizmente, não tem as mesmas oportunidades que lá”, destacou.
Georgia informou que tem uma universidade nos Estados Unidos que está abrindo um campo de pesquisa sobre endometriose e infertilidade e que tem alguns médicos que estão pesquisando sobre o assunto, pois a doença tem pouco conhecimento desenvolvido nos Estados Unidos. Ela afirma que não foi até o país norte-americano em busca de patrocínio, especificamente. “Conseguir ou não o patrocínio seria uma consequência e variaria muito a depender de cada projeto. O maior patrocínio que eu recebi lá foi com um médico que me deu alguns livros, me passou o contato dele, assim como o contato de outros médicos. Então o mais importante foi a motivação para continuar, até porque o meu projeto precisa de acesso a um laboratório e esse seria o patrocínio que eu preciso nesse momento para continuar. É isso que estou buscando em universidades americanas”, afirmou.
A estudante feirense destaca que aproveitou muito a viajem para fazer provas e vários outros processos. Ela enviou candidatura no dia 1º de janeiro deste ano para universidades americanas e em março recebeu todos os resultados. De 15 resultados, nove foram positivos. Com tantos resultados bons, fica agora a dúvida de qual caminho seguir. “Ainda não decidi qual universidade vou escolher, pois tenho que saber a oportunidade de pesquisa individual que elas me darão, a bolsa de estudo de cada uma e quanto que cada uma dessas universidades já desenvolveu na área de endometriose. Quero fazer um curso na área de exatas e quero muito fazer também na área biológica para cobrir o que preciso aprender para minha pesquisa, mas também quero fazer ciência da computação, pois lá podemos fazer mais de um curso ao mesmo tempo, o importante é estudar e tirar a nota”, salientou.
Georgia afirma que a pesquisa desenvolvida sobre endometriose ajudou na aceitação para as universidades. Ela disse que gostaria de voltar aos Estados Unidos em abril, mas que ainda não é uma coisa certa, já que depende de patrocínio. “Está certo que voltarei no final de agosto que é quando minhas aulas começam”, informou. A mãe de Georgia, a dona de casa Sidney Sampaio, destaca o esforço da filha em se dedicar aos estudos. Ela não escondeu a alegria e o orgulho de ver a filha chegar onde mais desejou e afirma que não sentirá saudade enquanto a filha estiver morando e estudando em outro país. A mãe da jovem diz que está preparada, por entender que é isso que a filha realmente quer.
“É motivo de muito orgulho, onde houve muitos esforços, muitas buscas, muito interesse da parte dela e nossa de estar apoiando. Ela é uma menina diferenciada, desde pequena que víamos pessoas falarem desse diferencial e nós notamos que era verdade. A vida dela sempre foi voltada para os estudos e é um orgulho grande. Só temos que agradecer a Deus e parabenizá-la. No ano passado ela não teve um momento de vida social, pois estava aqui estudando, já que o foco dela era passar nessas vestibulares no exterior. É uma menina que nunca nos deu trabalho em nenhuma fase da vida. Entendemos que isso é o que ela quer e não estamos perdendo ela e sim emprestando para o futuro, para o conhecimento”, afirmou orgulhosa. Extraído da Tribuna da Bahia com informações do site Acorda Cidade.