O adiamento da votação do projeto de lei sobre a terceirização do trabalho no Brasil foi uma derrota para o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, e para a ‘bancada da indústria’. A afirmação é do líder da oposição em Salvador, vereador Luiz Carlos Suíca (PT), que volta a questionar a peça em tramitação no Congresso. Nesta quinta-feira (16), o edil petista destacou que as emendas e destaques que alteram o texto do projeto de lei serão votados na próxima quarta-feira (23) e que as manifestações dos trabalhadores surtiram efeito. “Os deputados foram obrigados a entrar em acordo e cancelaram a votação por causa da pressão que receberam das ruas. Já tiraram a possibilidade das empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias e controladas aplicarem as regras da terceirização. Os protestos serviram para mostrar que a classe trabalhadora não quer ser governada pelo Congresso Nacional, e que a proposta é mais um passo retrógrado em relação aos direitos trabalhistas”, dispara Suíca.
Ainda segundo o vereador de Salvador, os deputados Eduardo Cunha e Sandro Mabel (PMDB-GO), autor da proposta, “sofreram mais uma derrota” e agora devem fazer de tudo para que o projeto de terceirização seja votado na semana que vem com ou sem consenso. “Ambos os parlamentares não querem a participação do povo no diálogo, tanto que Cunha vetou a entrada de sindicalistas para poder votar o projeto sem protestos, mas as ruas continuarão sendo ocupadas por trabalhadores até que se tire de uma vez a proposta de debate. Os sindicalistas e trabalhadores iniciarão outra fase de protestos e que deve envolver o boicote aos produtos da fábrica Mabel, de propriedade do deputado autor do projeto, por exemplo. Já há uma iniciativa nesse sentido e os sindicatos devem iniciar essa ação. Querem diminuir os direitos dos trabalhadores para fábricas como essa lucrarem mais e baratearem a mão de obra”, completa o edil.