Órgãos estaduais e municipais seguem mobilizados, por meio de uma força-tarefa que envolve ainda forças federais, para prestar assistência às vítimas da chuva em Salvador. Na manhã desta quarta-feira (29), a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), vinculada à Secretaria da Casa Civil, e a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) se reuniram, na sede da Defesa Civil municipal (Codesal), na Avenida Bonocô, com representantes da prefeitura da capital, Corpo de Bombeiros e Exército Brasileiro para definir o trabalho de técnicos e assistentes sociais nas áreas de risco.
“A prioridade é ir a cada um desses locais e convencer a se retirar da residência. Primeiro, para preservar a vida e, segundo, dizer que vamos guardar os bens destas famílias e guardá-los em local seguro até o retorno ou remanejamento para novas moradias”, explicou o superintendente de Proteção e Defesa Civil, Rodrigo Hita.
As equipes vão contar com uma base operacional montada no bairro de São Caetano. O objetivo é realizar a remoção temporária das famílias desabrigadas, que podem optar por abrigos públicos ou pelo recebimento de auxílio-moradia. O processo de convencimento das famílias será feito por assistentes sociais da Conder e da Secretaria de Promoção Social da prefeitura.
Homens do Exército auxiliam na retirada de pertences dos moradores. Com o suporte de quatro caminhões, os militares transportarão móveis, eletrodomésticos e outros objetos das pessoas que aceitarem sair das casas condenadas por engenheiros da Defesa Civil. O trabalho é realizado juntamente com Bombeiros, Polícia Militar e a Defesa Civil municipal, estadual e federal.
Graer e bombeiros
Criado em novembro de 2006, o Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (Graer) tem sido uma das principais alternativas de resgate em situações de extremo risco. Os serviços do Graer, inclusive, foram fundamentais para controlar a situação de calamidade instalada em Salvador no início da semana. Segundo o comandante do Graer, major Renato Lima, a equipe de militares é devidamente capacitada e possui equipamentos de alta tecnologia para o êxito nas atividades de salvamento.
“O vetor utilizado pelo grupamento aéreo, que é a aeronave, apresenta versatilidade. Ela permite que cheguemos rápido em qualquer lugar, em lugares onde outro vetor não conseguiria chegar. Foi o caso, por exemplo, desta semana, quando as vias estavam interditadas por motivos como o lixo, alagamentos e engarrafamentos. O socorro não podia chegar de outra forma que não fosse voando”, explicou Lima, enfatizando as prioridade “às vítimas que estão em condição de último grau, com sua vida com risco iminente”.
O Graer fica localizado no setor de hangares do Aeroporto Internacional de Salvador. No pátio, quatro helicópteros estão preparados para qualquer eventualidade. As aeronaves têm aparelhos de primeiros-socorros, acessórios de salvamento aquático, equipamentos de mergulho e salvamento aéreo, que incluem desfibriladores, cordas de rapel e gaiolas de resgate.
Duas equipes são dedicadas às operações de voos. Mas existem outros militares envolvidos no esquema de atendimento à população. Militares do Graer têm acesso às ocorrências por meio de uma central de operações. Quando há demanda, todos agem de maneira integrada para a prestação dos serviços de resgate e salvamento, que também são realizadas por terra pelo Corpo de Bombeiros.
Tendo como lema a segurança da população, o Corpo de Bombeiros é encarregado de ações como apagamento de incêndio e resgate de pessoas em estado de risco. “Nós utilizamos equipamentos de prospecção, de arrombamento, incluindo serras e britadeiras, e de afastamento de objetos. Estamos sempre preparados para agir em qualquer situação. A função social do bombeiro é proteger o indivíduo”, ressaltou o tenente coronel, Antônio Júlio Nascimento Silva.