O Bahia precisava vencer na noite desta quarta-feira (29) tendo feito mais de um gol (uma vitória por 1 a 0 levaria à decisão por pênalti, já que o Ceará havia vencido a partida de ida, na Arena Fonte Nova, uma semana antes, por esse placar). Um empate era suficiente para o time da casa. A partida começou com atraso, porque a delegação do Bahia se perdeu, no caminho para o campo e precisou de 1h10 para fazer um percurso de pouco menos de meia hora.
1º tempo
O Bahia começou pressionando o Ceará, que se encolhia para sair em contra-ataques sempre perigosos. E foi o Tricolor baiano que teve as melhores chances, no início do jogo. Primeiro aos 8 minutos. Rômulo cruzou da esquerda para a direita, para boa cabeçada de Souza. O goleiro Luís Carlos tocou na bola com as pontas dos dedos, o suficiente para permitir que Ricardinho tirasse quase em cima da linha.
Aos 12, Kieza aproveitou uma saída errada por parte do Ceará, limpou o lance em cima de Charles e chutou colocado, mas a bola passou raspando a trave. O Ceará, no entanto, continuava chegando com perigo em jogadas de contra-ataque, até que aos 15 minutos Robson falhou na cobertura e Charles fez Ceará 1 x 0 Bahia. Afastada a possibilidade de decisão por pênalti, o Bahia teria então que virar o jogo, para se tornar pela terceira vez o campeão da Copa do Nordeste.
Mesmo com a ducha gelada do gol tomado, o Bahia continuou por algum tempo com bom toque de bola, mas sem as boas chances dos minutos iniciais da partida, enquanto o time da casa parecia ter perdido um pouco da vontade. As jogadas de perigo escassearam para os dois lados. No intervalo, Kieza lembrou que era preciso ter confiança, o que parece ter faltado ao Tricolor baiano após o gol do Ceará. Do lado do alvinegro cearense, Charles concordou que o time perdeu o foco, com o resultado favorável.
2º tempo
O técnico do Bahia, Sérgio Soares, colocou Zé Roberto em lugar de Rômulo, na tentativa de tornar o time mais ofensivo. Era preciso fazer um gol rapidamente, mas o segundo do Ceará quase sai aos 3 minutos. Ricardinho chutou e a bola acertou o pé da trave, já com o goleiro Jean batido. E o gol veio aos 10 minutos, em cabeçada indefensável de Gilvan, depois de escanteio cobrado por Ricardinho. Ceará 2 x 0 Bahia. O título começava a escapar, diante de mais de 63 mil torcedores, no Castelão, recorde brasileiro no ano.
A partir daí o jogo perdeu força, de um lado pelo aparente cansaço e ansiedade do Bahia (que levava a muitos erros no ataque) e de outro devido à acomodação do Ceará, confortável com a vantagem, que obrigava o Bahia a marcar 3 vezes, para tirar o primeiro título do alvinegro na Copa do Nordeste. Aos 24 minutos, Bruno Paulista cruzou da esquerda e Kieza mergulhou de cabeça, mas chegou atrasado. De vez em quando aparecia uma chance em faltas próximo à área, mas Souza insistia em chutar da mesma forma, na barreira, desperdiçando a oportunidade.
Aos 30 minutos os torcedores tricolores começaram a jogar a toalha e deixar o estádio em Fortaleza. E aos 38 Marcos Aurélio, do Ceará, fez o que sabe fazer melhor: perdeu o gol mais feito do jogo. Magno Alves teve outra chance aos 42, de cabeça, mas Jean tocou para escanteio. Aos 45, o goleiro Luiz Carlos fez besteira e entregou a bola para Maxi Biancucchi diminuir. Ceará 2 x 1 Bahia. Texto extraído na íntegra da Tribuna da Bahia.
Ficha do jogo
Ceará – Luiz Carlos, Samuel Xavier, Gilvan (Sandro), Charles, Fernandinho, Sandro Manoel, Uillian Correia, Ricardinho, Wescley (Marcos Aurélio), Assisinho (Tiago Cametá), Magno Alves
Bahia – Jean, Tony (Tchô), Robson, Titi, Bruno Paulista, Wilson Pittoni (Willians Santana), Souza, Rômulo (Zé Roberto), Tiago Real, Maxi Biancucchi e Kieza
Arbitragem – Ítalo Medeiros de Azevedo (árbitro); Lourival Cândido das Flores e Luiz Carlos Câmara Bezerra (auxiliares)
Cartões amarelos
Ceará – Wescley, Uilian e Luiz Carlos
Bahia – Pittoni e Tiago Real
Gols
Ceará – Charles (15 do primeiro tempo) e Gilvan (10 do segundo tempo)
Bahia – Maxi Biancucchi (45 do segundo tempo)
Público – 63.399 pagantes