A fusão entre o DEM e o PTB, legendas que historicamente tinham ideologias distintas, esta prestes a acontecer. A expectativa é que até o final deste mês a decisão seja tomada. Isso porque, no próximo dia 15, acontecerão as convenções de ambas as legenda, conforme já havia adiantado à Tribuna da Bahia no dia 1º de maio. A ideia, conforme ventila-se nos bastidores, é que os dois eventos aconteçam no mesmo dia para que nenhuma das siglas fique para trás na discussão e na decisão sobre a fusão. A nova legenda ficaria com a sigla PTB e com o número do DEM, o 25. A fusão, embora prestes a acontecer, conforme adiantou o deputado federal baiano Benito Gama (PTB), e assinou embaixo o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM), ainda não é vista com bons olhos por membros do PTB baiano, a exemplo do vereador Edvaldo Brito. “Continuo dizendo a mesma coisa. Estou na expectativa que a presidente da sigla, Cristiane Brasil, fale comigo sobre o assunto.
Enquanto isso não acontecer, eu fico sem notícias oficiais efetivas. Tenho manifestado a minha opinião: um partido do tamanho do PTB, que somente eu estou há 30 anos, não precisa se fundir com nenhum outro, muito menos com uma legenda mais nova em todos os sentidos que é o DEM, ainda que considere uma agremiação da maior grandeza, do maior respeito quanto aos seus componentes. Mas, em relação ao PTB, é um partido ainda criança.”, afirmou à Tribuna. “Acho errado. O presidente do PTB na Bahia, Jonival Lucas, também é contra. Já Benito Gama está francamente favorável, mas voltar pra lá não seria muito difícil. No meu caso, que nunca estive lá, fica difícil. Depois de 30 anos para você se filiar a um partido oposto do seu?”, indagou.
Fundidos, a estimativa é que o novo partido seja o quarto fundo partidário, com direito a R$ 65 milhões por ano. A presidente do PTB, deputada Cristiane Brasil (RJ), continuará no posto e o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), será o chefe do Conselho Político (que reunirá ex-governadores e ex-presidentes dos dois partidos), conforme informou o deputado federal Benito Gama. Ainda conforme informações dos bastidores, a instância decisiva será a convenção, que colocará fim à discussão que tem ocorrido de forma calorosa em três estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul, e Paraíba. “Cada legenda faz a sua e depois tem a fusão de ambos os partidos”, explicou Benito Gama.
Com a fusão, a nova sigla deverá seguir caminho independente. “Se acontecer a fusão, nós podemos continuar no governo ou não. Mas a tendência é de se tornar independente”, declarou. “Agora, está muito mais perto de dar certo do que de não dar. Entramos em estágio de conversas finais, já estamos preparando manifesto e, em seguida, vamos concluir o estatuto (da legenda”, afirmou a um jornal baiano o parlamentar federal Aleluia, que também tem encabeçado as discussões para o processo de fusão. Quem também já havia dito que as negociações estão de vento em popa e em breve a fusão vai acontecer é o deputado federal Paulo Azi (DEM). Segundo ele, caso a fusão aconteça, a postura do partido será de independência, como havia dito Benito Gama. “Claramente, um partido independente e de oposição ao PT”, disse.
Prefeito
Questionado sobre a possibilidade de lançar seu nome para prefeito de Salvador, o vereador Edvaldo Brito disse que há a possibilidade. O nome do filho dele também estaria na lista do governador Rui Costa (PT) como um dos possíveis candidatos na tentativa de pulverização da base aliada pra ganhar força na disputa com ACM Neto (DEM). “Eu continuo disciplinadamente à disposição”, disse. Se Edvaldo e Antonio, caso algum deles se lance candidato, deverão sair do PTB/DEM, Edvaldo preferiu não comentar. “Por enquanto não vamos falar de hipóteses”. Extraído da Tribuna da Bahia.