Em Feira de Santana, cidade com o maior número de casos de chikungunya, o produto para matar larvas do mosquito aedes aegypti, transmissor da doença, da dengue e do zika vírus, está em falta. O problema começou há 15 dias. Sem estoque, a prefeitura conseguiu 10 kg com a cidade vizinha, Serrinha. Bem menos do que os 60 kg do produto, que usa a cada 45 dias. Na casa da dona de casa Acácia Santana, no bairro do São João, os agentes de endemias fazem a aplicação do larvicida nos locais onde. Ela foi um dos casos confirmados do vírus há cerca de um mês. “Dores em todo o corpo, a coceira com as marcas vermelhas, inchaços nos pés e nas mãos, dificuldade para andar”, aponta sobre os sintomas.
A aplicação do produto ajuda a combater a larva do mosquito e evitar que ela se desenvolva. O tempo de ação do larvicida é de cerca de 45 dias. Após esse período, o agente deve voltar às casas e fazer novamente o tratamento. No entanto, os agentes de endemias enfrentam problemas para desenvolver os trabalhos. Segundo eles, a prefeitura não tem tido estoque suficiente de larvicida para combater os focos do mosquito. “O larvicida já se encontra no Brasil, está no Rio de Janeiro, que é central nacional de distribuição. Quarta-feira da próxima semana vai ser liberado em nível nacional. Mas a gente ainda não tem uma data precisa para esse larvicida chegar ao estado da Bahia”, afirma Edy Gomes, diretor do Núcleo Regional de Saúde.
Para tentar dar continuidade aos trabalhos de controle do mosquito, o centro de endemias pediu ajuda ao município de serrinha, que cedeu 10 kg do larvicida. “É muito pouco, porque hoje nós trabalhamos a cada ciclo com quase 60 kg. Então 10 kg hoje é só um paleativo”, conta o coordenador do Centro de Endemias, Edilson Matos. Caso o produto não chegue nos próximos dias, segundo o Centro de Endemias, o trabalho de combate ao aedes aegypti pode ficar comprometido. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, em Feira de Santana, de janeiro até o mês passado, já foram notificados 605 casos de dengue, sendo que 62 confirmados. De febre chikungunya, de janeiro até o último dia nove, são 315 casos confirmados na cidade. No mesmo período, o município registrou ainda 67 casos suspeitos da zika vírus.
Bahia é o estado com mais doentes
A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Seu índice de mortalidade, no entanto, é bastante baixo. A Bahia é o estado com mais casos confirmados da doença. Desde setembro já são 2.487 registros, 1.054 apenas neste ano. Matéria extraída do Portal G1-BA.