O líder da Oposição, deputado Sandro Régis (DEM), mostrou-se perplexo com fato de o secretário de Administração Penitenciária da Bahia, Nestor Duarte, considerar “fatalidade” e “inusitada” a rebelião no Conjunto Penal de Feira de Santana, que culminou com a morte de nove detentos. “Fatalidade é um acontecimento inevitável, imprevisível, o que não é em absoluto o caso da rebelião na penitenciária de Feira, cuja superlotação já anunciava uma tragédia”, ponderou Sandro Régis, lembrando que conforme dados do próprio sistema penitenciário, a unidade tinha capacidade apenas para 644 presos e lá se encontravam nada menos que 1.476 detentos.
“Um barril de pólvora prestes a explodir não é fato que se possa chamar de imprevisível”, disse o democrata, observando que faltou por parte do governo planejamento, competência de gestão e prioridade nas ações direcionadas ao sistema prisional. A prova disso, segundo ele, é o pavilhão ocioso, com capacidade para 608 vagas, completamente fechado dentro do presídio de Feira, por falta de agentes, conforme admitiu o próprio secretário Nestor Duarte. “Isso sim, é o que se pode chamar de inusitado”, criticou Régis, considerando “inadmissível” que numa situação caótica como a das penitenciárias da Bahia se deixe um pavilhão com mais de 600 vagas vazio por falta de efetivo. “Chamamos isso de ineficiência e falta de planejamento”, insistiu o parlamentar.