Denúncias recentes, nos municípios de Jussiape, na Chapada Diamantina, e de Capim Grosso, no Piemente Norte do Itapicuru, de que cães estariam sendo envenenados, nas zonas rurais destas cidades, estão chocando a população. O que também chama a atenção é a semelhança dos crimes nos dois municípios. Nas imediações de uma fazenda, na zona rural de Capim Grosso, um suposto envenenamento provocou a morte de 15 cães, no último fim de semana. Segundo o delegado Humberto Marino Júnior, a queixa partiu de um morador que perdeu dois de seus cães envenenados.
“Ele falou que os outros cachorros mortos foram encontrados em situação bem parecida como a dos cães dele, com pedaços de carne com veneno por perto”. O caso provocou revolta na cidade. “Não se tem registro desse tipo de crime por aqui. Muita gente ficou indignada”, afirma. O delegado informou que segue na investigação para descobrir quem cometeu os crimes.
Em Jussiape, denúncias anônimas de que cães estariam sendo envenenados por agricultores em uma região rural foi recebida, na segunda-feira (25), pela Secretaria de Saúde do município. Em 2 anos, produtores rurais teriam envenenado mais de 200 cães numa área, que compreende os povoados do São Roque, Paiol, Cachoeira e São José, a cerca de 9km da sede do município. De acordo com a denúncia, agricultores desta região rural estariam colocando veneno em vísceras de animais mortos para atraírem os cães e, desta maneira, dizimá-los de uma área onde existem plantações e criações de gado.
O denunciante, que não quis se identificar com medo de sofrer represália, diz ter perdido dois cães. Enquanto outro morador relata que já teria perdido três cães de raças distintas com a ação dos agricultores. O autor da denúncia acredita que o número de cachorros envenenados nas comunidades rurais pode ser maior, já que muitos donos não registraram queixa e não levaram a público o caso.
Punição pelo crime
Uma lei aprovada em abril passado na Câmara dos Deputados prevê prisão de um a três anos para quem matar cães e gatos. Se o motivo for cruel e torpe, a sentença é aumentada em um terço. A proposta ainda tramitará no Senado, antes da sanção presidencial. Atualmente, envenenar ou matar cachorro – ou qualquer outro animal – é crime e está prevista no artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais, de 1998. Não importa se o animal é doméstico, domesticado, silvestre, nativo ou exótico. A lei prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar” qualquer tipo de animal. Jornal da Chapada com informações dos sites Bahia Notícias e Jussi Up.