Representantes do Sindicato dos Petroleiros da Bahia, do Conselho Regional de Engenharia (Crea-BA) e lideranças comunitárias estão nesta sexta-feira (18) no Rio de Janeiro para reunião com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. O objetivo da visita é discutir o desinvestimento da petrolífera nos municípios baianos. De acordo com o sindicato, o número de demissões registrado nas empresas que prestam serviços para Petrobras no estado já chegam a 1.500, prejuízo que pode ser ainda maior com a decisão da empresa em cancelar investimentos em duas plataformas marítimas na Bahia, a PA 59 e PA 60.
Outro fator que contribuiu com a extinção de postos de trabalho foi o impedimento de empresas citadas na operação Lava Jato receberem recursos. Somente a terceirizada GDK demitiu em maio 270 profissionais, após ser incluída no processo e não renovar seu contrato de prestação de serviços com a Petrobras.
De acordo com o diretor do Sindipetro, Radiovaldo Costa, em 2012 o investimento da Petrobras na Bahia alcançou R$1,3 bilhão, já a expectativa para este ano é que esse volume não ultrapasse R$900 milhões. Ele critica ainda o desinteresse da empresa em poços maduros e relata que em cinco anos 10 sondas de perfuração terrestre foram desativadas. “Cada uma deixou de empregar diretamente 80 trabalhadores. No total são mais de 800 postos de trabalho que deixaram de ser gerados”, relata Costa.
Em toda região do Litoral Norte e Agreste, os efeitos da queda na produção vêm sendo sentido. Araças, Entre Rios e Cardeal da Silva estão entre as cidades mais afetadas. Coordenadora da Asvime, associação que intermedia mão de obra local, Rita Costa, faz parte da comissão que estará hoje no Rio de Janeiro. Ela afirma que espera sensibilidade do presidente da Petrobrás. “No momento em que essas empresas fecham não restam opções de emprego e muitos pais de família precisam deixar suas casas em busca de trabalho em Salvador ou outros estados”, disse.
Para o presidente do Crea-BA, Marco Amigo, o setor do metal e da construção civil também sentiram os reflexos da crise do petróleo na Bahia. “Os empreendimentos estão sendo reduzidos. A taxa de Anotação de Responsabilidade Técnica que o Crea emite para novos empreendimentos não cresceu na mesma proporção do ano passado”, relata Amigo. As informações são UPB.