Depois de 28 anos, o Chile está de volta a uma decisão de Copa América. Diante do adversário mais duro que encontrou, até o momento, a seleção chilena precisou de uma noite inspirada do ex-atacante do Grêmio Vargas. Ele marcou os dois gols da vitória sobre o Peru, por 2 a 1, na noite desta segunda-feira (29/6), no Estádio Nacional, em Santiago. A “Roja” segue firme na luta para acabar com o rótulo de nunca ter conquistado um título importante com a seleção principal. Agora, os chilenos ficam na expectativa de quem será o adversário da grande decisão que acontecerá no sábado, às 17 horas (de Brasília), no mesmo Estádio Nacional. Será a Argentina de Messi, Tévez, Agüero e Cia.? Ou será o surpreendente Paraguai? As duas seleções se enfrentam, nesta terça-feira, às 20h30, em Concenpción.
Para o Chile, o momento é histórico. Afinal, a geração que conta com Valdívia, Vidal e Alexis Sánchez é considerada a melhor de sua história. E ela pode garantir em casa o título inédito da Copa América. Embora a “Roja” seja uma espécie de quarta força do continente, fica atrás de países menores que já foram campeões. Casos de Paraguai e Peru (duas vezes campeões), além de Colômbia e Bolívia, que têm uma taça cada. O Chile não chegava a uma decisão desde 1987, quando amargou o vice contra o Uruguai, na Argentina. A seleção ainda foi vice em 1955, 56 e 79. Outro tabu quebrado é que o país-sede não chegava à final desde 2001, quando a Colômbia fora campeã em casa. Após isso, houve edições em Peru, Venezuela e Argentina.
Quando a “Maré Roja” bradou em alto e bom som o hino do Chile, a expectativa era de que os donos da casa amassassem o Peru, assim como fez com o Uruguai. Ledo engano. Quando a bola rolou, a seleção peruana marcou a saída de bola e quase surpreendeu aos oito minutos. O atacante Guerrero cruzou na área e o meia Farfán cabeceou na trave. A seleção inca continuou surpreendendo e mais perigosa nos minutos seguintes. Tanto que chegou mais duas vezes com Farfán e Lobatón, sempre com passes de Guerrero. O cenário do jogo só começou a mudar aos 19 minutos. O zagueiro Zambrano deu entrada dura em Aránguiz, recebeu o segundo amarelo e foi expulso.
Com um jogador a mais, o Chile obrigou Ricardo Gareca mudar a tática que vinha dando certo. Até então, Guerrero se deslocava para as laterais e carregava um defensor. O espaço no meio era preenchido pelos meia-atacantes Lobatón e Farfán. Com a expulso, o atacante do Flamengo ficou centralizado e isolado. O novo panorama favoreceu aos anfitriões passaram a chegar com constância ao ataque. Aos 33 minutos, o time perdeu uma chance incrível de marcar. O lateral Isla cruzou pela direita, o meia Valdívia deu um leve toque de calcanhar e a bola sobrou limpa para Vargas. Na pequena área, ele bateu em cima do lateral peruano Advíncula, ex-Ponte Preta, que salvou.
Empurrado pela torcida, que cantava enlouquecidamente, os chilenos finalmente chegaram ao primeiro gol aos 41 minutos. Alexis Sánchez passou por Guerrero e cruzou para Aránguiz. O volante do Internacional não alcançou a bola, que sobrou para Vargas marcar, após duas tentativas. No segundo tempo, o jogo mudou novamente. Além de Gareca anular as principais armas de Jorge Sampaoli, os jogadores peruanos lutaram bravamente. Aos oito minutos, os incas novamente perderam uma grande chance. Após cruzamento, Farfán subiu mais que a zaga, mas errou a cabeçada.
A brava atuação peruana acabou premiada aos 15 minutos. O ex-pontepretano Advíncula disparou pela direita e cruzou para a área. O zagueiro Medel tentou cortar e mandou contra o próprio gol. A festa, porém, durou pouco. Aos 18, o ex-atacante do Grêmio Vargas fez seu segundo gol. Aliás, um golaço. Ele percebeu o goleiro Gallese adiantado e mandou uma bomba, da intermediária, no ângulo direito do arqueiro.
Após conseguir o segundo gol, a seleção chilena fugiu um pouco às suas características e adotou uma postura mais cautelosa. Os minutos finais da partida foram dramáticos. O Peru foi para o tudo ou nada, e os chilenos tentaram controlar o jogo. Somente após o apito final, o tenso Estádio Nacional pôde explodir em alegria. Extraído da Agência Futebol Interior.