Se depender dos vereadores do PT de Salvador, o partido lançará candidato próprio ao Palácio Thomé de Souza em 2016. Pelo menos quatro, dos sete vereadores petistas, defendem que a legenda tenha nome próprio na corrida pela principal cadeira do Executivo. Procurada pela reportagem do jornal Tribuna da Bahia, a líder do PT na Câmara, a vereadora Vânia Galvão, disse não haver uma decisão partidária no momento, mas ressaltou sua vontade. “Enquanto definição do partido, isso não existe ainda. Agora, uma posição pessoal é que eu comungo da ideia de termos um candidato. Pelo que o partido já acumulou, acho justo. Estamos passando momento difícil, não há como negar, mas não tenho dúvida de que teremos condições para lançar uma candidatura própria”, argumentou Vânia.
O vereador Gilmar Santiago não só defende uma candidatura própria petista, como também se coloca à disposição enquanto possibilidade de disputar o Executivo Municipal. “Acho que a melhor estratégia da oposição ao prefeito [ACM Neto – DEM] é a pulverização de candidaturas de partidos da base do governador Rui, como o PCdoB, dentre outros. E, claro, defendo que o PT também lance candidato, eu, inclusive, sou um pré-candidato”, reforçou. Apesar da sua disponibilidade, outros petistas também estão colocando o nome na praça, como os deputados federais Jorge Solla e Valmir Assunção, além de serem ventilados os nomes do senador Walter Pinheiro, do secretário de Turismo Nelson Pelegrino e do vereador Luis Carlos Suíca.
“O mais importante é que tenha uma unidade em torno da ideia de termos um candidato, porque no momento de ofensiva ao PT, é preciso alguém que defenda o partido, o programa e o legado que fizemos nesses anos de exercício do poder no Brasil e na Bahia. E Salvador nunca foi governada pelo PT, por isso acho que precisamos ter uma oportunidade, porque temos condições de fazer mais, sobretudo pelos mais pobres, moradores da periferia, onde há falta de política pública efetiva”, discursou Santiago à Tribuna.
Outro vereador petista favorável a um nome próprio é o ex-governador Waldir Pires, que considera o PT um “líder” e que por isso deve assumir a responsabilidade que possui. “[O Partido dos Trabalhadores] deve ter candidato a prefeito sempre”, frisou em entrevista ao site Bocão News. Há 20 anos no partido, Pires defendeu que a militância continue lutando pela hegemonia da sigla e disse que a declaração do ex-presidente Lula sobre o PT se encontrar no “volume morto” é um “estímulo” aos simpatizantes e integrantes da legenda. “Nós precisamos continuar a luta do partido e cumprir as finalidades que assumiu perante a sociedade. O PT precisa assumir as suas responsabilidades políticas. Precisa ser um exemplo”, disse o petista.
Na direção do partido, a tendência tem sido, a princípio, apoiar um aliado do governo estadual. Até o momento, o único nome definido para enfrentar o prefeito ACM Neto (DEM) é o da deputada federal Alice Portugal, do PCdoB. Alan Sanches tem o apoio expresso do senador e presidente do PSD, Otto Alencar, mas o parlamentar tem resistido por conta de insatisfação com a articulação política do Palácio de Ondina.
Em uma reunião de lideranças do PT, Everaldo Anunciação, presidente da legenda no estado, teria afirmado que há a legitimidade do partido em lançar um candidato, mas “não existe essa obrigação”. Estariam presentes no encontro representantes de partidos aliados como PCdoB, PP, PSB, PR, PTN e PTB, segundo publicação do jornal Valor Econômico. Ainda no cenário de aliados com possibilidade, estão o deputado federal Antonio Britto (PTB) e a senadora e ex-prefeita Lídice da Mata (PSB). Extraído do site da Tribuna da Bahia.