O Plano Operativo Emergencial para atendimento aos pacientes com manifestações neurológicas associadas às epidemias de dengue, chikungunya e doença exantemática indeterminada/zika foi apresentado na quarta-feira (8), no auditório do Hospital Geral Roberto Santos, a profissionais de saúde do Estado. O plano operativo foi desenvolvido por técnicos da Secretaria da Saúde (Sesab), por conta do aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré, que até às 10h da mesma quarta-feira, já tinha 55 notificações, com um óbito confirmado.
No encontro foram feitas ainda apresentações do Protocolo Clínico da Guilain-Barré, da epidemiologia da dengue, chikungunya e zika, e sobre a manifestação clínica e complicações neurológicas mais frequentes nos casos dessas três doenças. Os profissionais foram orientados quanto ao diagnóstico da síndrome e também sobre a notificação dos casos.
O subsecretário da Saúde do Estado, Roberto Badaró, que fez uma apresentação no encontro, disse que a Sesab preparou suas unidades para atendimento aos casos da síndrome de Guillain-Barré. “A Secretaria montou uma estrutura de sala de situação para monitorar os casos e está disponibilizando atenção hospitalar para pacientes que venham a apresentar a síndrome, uma vez que os pacientes necessitam de internação e precisam fazer uso de imunoglobulina”.
A diretora do Hospital Couto Maia, uma das unidades de referência para o tratamento de doenças exantemáticas, Ceuci Nunes, explicou que a síndrome apresenta os sintomas em um tempo variado, podendo ser, na maioria dos casos, de quatro a 60 dias. “A Guillain-Barré é caracterizada por uma fraqueza ou uma parestesia, que é uma dormência, nos membros inferiores. Grande parte também tem dormência nos membros superiores”. Ela destacou que boa parte dos pacientes que passaram pelo hospital ou que ainda estão internados tiveram uma boa evolução com o uso da imunoglobulina.
Participaram do encontro representantes do Ministério da Saúde, da Sesab, além de médicos e responsáveis pelos Núcleos de Vigilância Epidemiológica das Unidades de Pronto Atendimento (Upa), Samu e hospitais e coordenadores municipais de Vigilância Epidemiológica e Atenção Básica.
Dados das doenças
Até o dia 5 de julho foram notificados 45.538 casos de dengue na Bahia no ano de 2015, com oito óbitos confirmados. Isso representa um aumento de 162,72% das notificações em relação ao mesmo período de 2014, quando foram notificados 17.333 casos. Também até o dia 5 de julho, foram notificados no estado 8.906 casos da febre chikungunya no ano de 2015. Da doença exantemática indeterminada/zica foram 32.873 notificações este ano.