A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa e no escritório de advocacia de Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz. Os policiais estiveram nos imóveis do advogado em Brasília na manhã desta terça-feira (14). Tiago foi citado na delação premiada do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, acusado de vender informação privilegiada do TCU. Pessoa afirmou ter feito pagamentos mensais de R$ 50 mil ao advogado para obter informações de interesse da empreiteira no tribunal. Houve ainda, conforme a delação, um pagamento de R$ 1 milhão para que Tiago atuasse em processo sobre um contrato da UTC na usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis (RJ). A quantia, segundo a TV Globo, deveria chegar ao ministro Raimundo Carreiro.
O advogado, de 31 anos, também atuou na execução de contrato que previa um suposto pagamento de propina de US$ 10 milhões no caso da venda de uma refinaria da Petrobras em San Lorenzo, na Argentina. Tiago era sócio do escritório Cedraz & Tourinho Dantas, uma das partes do contrato que previa repasse de uma “taxa de sucesso” de US$ 10 milhões caso se concretizasse a venda da refinaria a um empresário do jogo na Argentina. Em nota, o escritório Cedraz Advogados diz considerar “uma violência sem precedentes, um atentado ao regular exercício da profissão, medidas adotadas autorizadas com base em uma delação premiada negociada por um réu confesso que mente a fim de se beneficiar”. Ainda de acordo com o documento, o escritório afirma nunca ter patrocinado nenhum caso do Grupo UTC perante o TCU. As informações são do Jornal O Globo.