De malas prontas para deixar o PT, o senador Walter Pinheiro pode dar uma guinada em seu direcionamento político já para as eleições de 2016. Publicação do Bocão News afirma que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), vê no senador petista a possibilidade de ter ‘um nome de peso’ da base do governo do Estado ao seu lado nas eleições do ano que vem, quando ele deverá tentar se reeleger. Segundo o site, o encontro entre ACM e Pinheiro em Brasília, na segunda-feira (13), não serviu apenas para tratar do pedido de ajuda do prefeito para liberação de recursos para o BRT (Bus Rapid Transit), que aguarda apenas o governo federal para dar início às obras do corredor exclusivo que vai fazer inicialmente o trajeto Estação da Lapa-Ligação Iguatemi-Paralela (LIP).
No rol das especulações, a primeira hipótese, segundo projeção do Bocão News, é de que ACM Neto poderia abrir mão da reeleição e entregar a prefeitura a Pinheiro, que disputou pelo PT em 2008 e não teve sucesso. A segunda possibilidade seria o senador ainda petista ser candidato vice na chapa de ACM Neto com vistas a 2018, quando o democrata entregaria, dois anos depois, a prefeitura a Pinheiro. Assim, ACM se candidataria a governador da Bahia com apoio do novo prefeito possivelmente egresso do PT contra o petista Rui Costa.
A terceira hipótese seria ACM buscar a reeleição em 2016 e, em caso de vitória, com apoio de Walter Pinheiro, retribuiria o apoio do senador para o governo em 2018 e, em 2022, receberia novamente o apoio de Pinheiro porque, com a unificação das eleições, com base na reforma política, a reeleição acabaria e o prefeito eleito em 2016 governaria pelos próximos seis anos.
Entre os possíveis partidos para destino de Pinheiro está o PMDB, que ganharia mais uma cadeira no Senado (Walter Pinheiro foi eleito em 2010 e tem mandato garantido até 2018). ACM Neto e Walter Pinheiro ainda não se manifestaram em público sobre as especulações.
Insatisfação
Walter Pinheiro anda mal com o PT desde as eleições de 2012, quando estourou denúncia da presidente da ONG Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, de que candidatos do partido teriam recebido ‘caixa 2’ com dinheiro proveniente de desvio de fundo para construção de casa populares. Na oportunidade, o senador disse que era “mais uma vez o PT pregando peça” contra ele.
Há uma semana, o senador disse em entrevista à rádio Metrópole que não vai “esperar o Titanic afundar”, em referência à crise pela qual passam o governo federal e o PT. E tudo começou em 2006 (ele era deputado federal), quando Walter Pinheiro disse que sentia “vergonha do PT” por causa do chamado mensalão. Extraído do Brasil 247/Bahia.