O prefeito ACM Neto (DEM) ficou indignado ao tomar conhecimento de que era motivo de comentários de executivos da OAS, empresa de César Mata Pires, casado com sua tia, Tereza Magalhães. As mensagens foram apreendidas pela Operação Lava, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, e revelam um surpreendente nível de promiscuidade entre empreiteiros e governos. Na prática, os executivos fazem torcida pela reeleição de Dilma Rousseff (PT).
Um dos principais protagonistas dos comentários é Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, réu na Lava Jato que hoje cumpre prisão domiciliar. Numa das mensagens, executivos chamam Neto de “grampinho” e o criticam por “seu desespero” por não conseguir eleger Paulo Souto, candidato do DEM ao governo na mesma campanha do ano passado. “Pergunto-lhe: o que teremos que fazer para fuder o Grampinho em 2016″, escreve um executivo.
“Vai ser fácil. Ele será destruído por ele mesmo”, responde Pinheiro. Um terceiro executivo diz que ACM Neto “não tem caráter” e “destila veneno”. “(ACM Neto) Não aprendeu a construir alianças, como nós”, finaliza. Os investigadores descobriram que Léo Pinheiro repassava, com frequência, “boletins” de JW, que o jornal diz ser o apelido do ex-governador baiano Jaques Wagner, atual ministro da Defesa.
Segundo o jornal, Wagner agradece a Pinheiro o apoio à campanha: “Já era. Você merece e contribuiu para isto”, afirma o então governador. A OAS e Wagner não quiseram se manifestar à Folha. ACM Neto afirmou ao jornal: “Não quero comentar essa troca de e-mails de teor desqualificado, em que um dos autores está preso pela Justiça […]. Eu sempre estive do lado oposto destas pessoas”. Texto extraído do Política Livre.