Dois sindicalistas foram presos pela Polícia Militar (PM) por protestarem no Colégio Estadual Landulfo Alves, em Salvador, na manhã deste sábado (25). A coordenadora geral do Sindilimp, Ana Angélica Rabello, e o diretor, Edson Conceição, foram detidos quando iniciavam uma reunião para deliberar sobre as ações do dia e as estratégias para atrair os servidores da unidade de ensino para os debates das melhorias solicitadas, como benefícios de assistência médica e, principalmente, o pagamento dos valores atrasados acumulados em três meses.
“Estamos no camburão sendo conduzidos como bandidos. Não quiseram negociar e nos levaram com arbitrariedade. É um absurdo ainda termos essas atitudes com os trabalhadores que buscam seus direitos. Essa maneira de calar nossa boca não vai dar certo. Vamos seguir com as ações, estamos contatando os advogados para resolverem essa situação”, declara Ana Angélica em mensagem para a assessoria, de dentro da viatura da PM, seguindo para a Central de Flagrantes, no Iguatemi.
Acionado, o vereador de Salvador Luiz Carlos Suíca (PT), que também é sindicalista e membro do Sindilimp, diz que a situação fugiu do bom senso e do diálogo. “Não podemos, de forma alguma, aceitar que tratem os trabalhadores como se fossem bandidos. Isso está errado, não adianta acuar os manifestantes, são três meses de salários atrasados. Esses trabalhadores são pais e mães de família que precisam dos seus vencimentos para pagar contas. O governo da Bahia permite a falta de pagamento dos salários pelas empresas contratadas e ainda prender a coordenadora do sindicato, que só não foi agredida porque outras pessoas interviram. Quando policiais fazem greve não são presos, então porque quando são professores e trabalhadores terceirizados, na maioria negra, eles são presos?”, questiona o edil.
Na manhã deste sábado (25), a manifestação dos servidores terceirizados da unidade de ensino seguiu as paralisações e atos a favor de melhorias no setor, que aconteceram durante todo o mês. Esse protesto no Landulfo Alves, em Salvador, envolveu os membros do Sindilimp, que engloba os trabalhadores em limpeza pública, comercial, industrial, hospitalar, asseio, prestação de serviços em geral, conservação, jardinagem e controle de pragas intermunicipal de toda a Bahia.