Como parte das atividades da Campanha Coração Azul, realizada durante todo o mês de julho pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), uma equipe interdisciplinar da Superintendência de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos (SUDH) esteve no Aeroporto de Salvador nesta semana. O objetivo foi conscientizar e alertar os passageiros a respeito do tráfico de pessoas e sobre a necessidade de denunciar o crime, quando detectado.
Formada pelas estagiárias de Psicologia, Roberta Oliveira e Taciana Cruz, do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), pela coordenadora do Conselho Estadual LGBT, Paulett Furacão, e por agentes multiplicadores, a equipe aborda os viajantes nas salas de embarque e desembarque e nos balcões de check-in, conversando sobre o tema e divulgando os canais Disque 100 e o Ligue 180 como meios de denúncia.
Sonho e pesadelo
Abordada pela equipe, a professora argentina Rosana Villalba falou dos altos índices de jovens que caem no ‘conto do trabalho’ bem remunerado no exterior e acabam nas mãos de mafiosos da prostituição. “Essa campanha é muito válida para que esses meninos e meninas estejam atentos e percebam que é um risco muito grande aceitar propostas desse tipo, sem verificar procedência e legalidade”. De acordo com ela, o que os jovens pensam ser “a realização de um sonho pode se transformar num grande pesadelo”.
Chegando a Salvador para apresentar o seu show Dois na Rede, junto ao flautista e saxofonista Mauro Senise, o conceituado compositor, pianista, arranjador, orquestrador e regente brasileiro, Gilson Peranzzetta, elogiou a iniciativa da SJDHDS e o trabalho da equipe, ressaltando a importância de mobilizar a sociedade civil para que os casos de tráfico de pessoas sejam cada vez menos frequentes. “Se todos estiverem atentos e denunciarem, os criminosos pensarão duas vezes antes de atuar”.
Série de atividades
Durante todo o mês de julho, a SJDHDS vem promovendo uma série de atividades voltadas ao esclarecimento e combate ao tráfico humano na Bahia, com palestras, seminários, rodas de conversa, mostra de filmes e abordagens em terminais aeroportuários, marítimos e rodoviários.
Segundo o titular da SJDHDS, Geraldo Reis, trata-se de uma campanha que demanda o engajamento das autoridades, dos artistas, das entidades não governamentais e de toda a sociedade contra o tráfico de pessoas, “que está, muitas vezes, associado à exploração sexual, ao trabalho análogo ao escravo, à adoção ilegal e ao tráfico de órgãos. Não é um crime qualquer. Em pleno século 21, nós ainda não conseguimos abolir os reflexos da escravidão. Ainda convivemos com essa prática bárbara. A sociedade civil tem que se manifestar à altura”.