O prédio do Ministério da Fazenda, em Salvador, e outros três, onde funcionam a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em diferentes regiões do interior da Bahia, foram ocupados por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), nesta segunda-feira (3). Os atos fazem parte do movimento de Jornada Nacional de Luta por Reforma Agrária, a segunda só este ano, e tem como foco os reajustes fiscais feitos recentemente pelo governo federal. De acordo com o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), a mobilização é legítima e ainda envolve a defesa pela reforma agrária e por mais investimentos para o campo. “É importante, principalmente nesta conjuntura atual, que os movimentos sociais estejam nas ruas para protestar e cobrar as promessas feitas para assentar mais de 120 mil famílias que estão acampadas em todo o país e em áreas de conflitos”, diz.
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Para a dirigente nacional do MST, Elisabeth Rocha, a jornada de luta do movimento denuncia a falta da reforma agrária no governo. “Houve promessa por parte do governo Dilma, de que assentaria 120 mil famílias este ano e isso não se concretizou até agora. Ao mesmo tempo, houve um corte de 50%, dentro do ajuste que Joaquim Levy fez no Ministério da Fazenda, e esse corte atingiu diretamente a reforma agrária, que ficou com um orçamento em R$ 1,8 milhões enquanto que o agronegócio, via Ministério da Agricultura, está com R$ 187 milhões disponíveis”. A secretária estadual do MST, Ednéia Santana, diz que o ato na capital, envolve um grupo de 500 pessoas, mas que em toda a Bahia chega a 2,5 mil mobilizados em diferentes regiões. “Também ocupamos três centros de distribuição da Conab, em Itaberaba, Ribeira do Pombal e Entre Rios, e ocupamos o Núcleo Regional de Educação, em Teixeira de Freitas, que é para exigir o pagamento de professores, que está há mais de seis meses atrasado”, completa Edneia Santana.
Segundo o dirigente estadual do MST, Evanildo Costa, a mobilização segue por tempo indeterminado, até o governo Dilma apontar mecanismos para resolver o problema da reforma agrária, que está paralisada. “Teve o corte em 50% do orçamento da reforma agrária, então já está praticamente impossível a presidente cumprir a meta de assentar 120 mil famílias. No início do governo, a expectativa foi grande com a composição do ministério, com pessoas comprometidas com a reforma agrária, com o presidente nacional do Incra, mas com esse corte praticamente impossibilita cumprir a meta. Esperamos que o governo aponte saídas para avançar na obtenção de terra e também na questão da melhoria dos assentamentos, assistência técnica, financiamento para subsidiar a produção, pois tudo isso está comprometido com os cortes do governo a nível nacional”.
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