Levar água com qualidade para o consumo humano. Com este intuito a Secretaria de Infraesrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) recebeu nesta terça-feira (4) representantes da Comissão Estadual de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros e Marinhos da Bahia (Confrem-BA). Recebidos pelo superintendente de Infraestrutura Hídrica da SIHS, Celso Pinheiro Magalhães, os integrantes do Confrem-BA sugeriram um estudo em parceria com a secretaria, de forma a identificar as localidades que passam por maiores dificuldades ainda por conta da falta de água tratada.
Na ocasião, Gilmar Jesus de Souza, que não apenas integra a comissão, como também vive de perto o impasse na comunidade que reside, explicitou o atual cenário. Segundo ele, nas reservas de Corumbau e Cassarubá existe a obrigação de se percorrer seis quilômetros de barco ou canoa para se conseguir água de qualidade. “Alguns animais chegam a morrer no leito do rio e nossas crianças vivem doentes”, frisou, enfatizando que existe um poço perfurado a cinco quilômetros do local, mas não existe o sistema de abastecimento.
De acordo com o secretário de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Cássio Peixoto, seja por meio da Embasa, Cerb ou até mesmo de uma central de abastecimento – nova meta do executivo estadual -, a mudança desse cenário no estado é prioridade do governo. Portanto, conforme ele, a SIHS se debruçará em buscas de soluções o quanto antes para essas comunidades ribeirinhas. “Pois não se trata apenas de levar água potável, mas de manter a economia e a sustentabilidade dos que residem nesses locais”, disse Cássio Peixoto. Celso Pinheiro Magalhães, por sua vez, falou com otimismo sobre a possibilidade de realizar de forma célere um estudo mais detalhado sobre a questão.
A Confrem é uma articulação que representa as quatro Reservas Extrativistas (Resex) da Bahia com 15 mil famílias de extrativistas e de pescadores artesanais do litoral da Bahia, que abrange uma área de 299.164 mil hectares. As comunidades extrativistas das Resex são contempladas com créditos e benefícios governamentais da reforma agrária, que visam promover e fortalecer economicamente as comunidades locais. A ação integra a estratégia brasileira de sustentação dos recursos naturais e de desenvolvimento das economias do Brasil, promovendo ainda a fixação de famílias nas áreas rurais.
Essas comunidades ribeirinhas se mantêm através de atividades de agricultura familiar, pesca e mariscagem baseadas em técnicas tradicionais, o que vem conferindo à região um ótimo estado de conservação da biodiversidade. E a Resex da Baía do Iguape é constituída por comunidades da baía nos municípios de Maragogipe, Cachoeira e São Félix.