A Bahia é responsável por 30% do consumo nacional de cosméticos e o estado que mais contribui para a expansão do setor na região nordestina. Figura como o quarto produtor do Brasil e tem 133 empresas instaladas, representando mais de 50% do número de unidades industriais no Nordeste, onde há um parque instalado de 256 empresas. Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), o emprego formal no setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos tem crescimento médio de 8,1% ao ano no estado. Isso é resultado de investimentos privados, da ordem R$ 657,6 milhões, entre 2007 e 2014. O mais expressivo deles é a fábrica de O Boticário, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, com R$ 380 milhões.
Na segunda-feira (10), o desempenho do segmento esteve em pauta em workshop, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), no Senai-Cimatec, em Salvador. O evento, com a participação de empresários, discutiu informações para fortalecer a cadeia produtiva, fomentar o desenvolvimento industrial do segmento e de setores transversais, como embalagens e logística. O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de produtos ligados à beleza. “De acordo com a Associação Brasileira de Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Nordeste é a região que mais cresce no setor de higiene pessoal, com a média de 5% ao ano, bastante expressiva em relação à média nacional, de 2,5% ao ano”, afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda. Segundo ele, o setor é muito importante para o Governo da Bahia estimular a cadeia produtiva.
Perfumes e cuidados pessoais
Os números referentes ao mercado baiano e ao nordestino foram uma das razões que levaram o Grupo O Boticário a escolher a Bahia para instalar a segunda planta industrial, no País, e produzir 12 linhas de perfumes e nove de cuidados pessoais, além de um centro de distribuição para se conectar diretamente com as regiões Norte e Nordeste. “Cerca de 40% do mercado de cosméticos está nas [duas] regiões. Instalados na Bahia, podemos fortalecer nossa marca e ficar mais perto de um importante mercado consumidor”, disse o gerente de Projetos e Operações do Grupo O Boticário na Bahia, Leandro Balena, um dos palestrantes do wokshop.
Uso prático do design
O evento foi aberto pelo diretor da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign), Mario Bestetti, que abordou o uso prático do design no mercado de perfumaria e higiene. Bestetti desmitificou o design como artigo de luxo e explicou que sua aplicação pode ser feita de forma bastante ampliada. “O design pode ser de uma embalagem, de um ponto de venda ou até mesmo de algum equipamento para auxiliar na produção da indústria. É preciso uma consciência coletiva de que o design é algo que pode agregar valor e ajudar a aumentar o faturamento”, ressaltou o diretor da Abedesign.
Já Lara Sorensen, gestora da fábrica modelo do Senai-Cimatec, em parceria com a consultoria McKinsey & Company, apresentou o conceito de manufatura enxuta com foco nas micro, pequenas e médias empresas. “A boa gestão ajuda o empresário a reduzir desperdício, otimizar processos e aumentar a produtividade das suas empresas”, afirmou. Segundo ela, foram feitos dois projetos-pilotos, no período de um mês, em duas fábricas baianas, com resultados expressivos. “Uma teve 30% de aumento de produtividade e a outra dobrou a produção”, detalhou Sorensen, que encerrou a palestra com visita guiada à fábrica modelo.
Cadeia produtiva
A cadeia produtiva, na área de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, terá importante reforço com a fábrica de embalagens de vidro, a mexicana Vitro, no Polo Industrial de Camaçari. Serão investidos R$ 210 milhões, com geração de 500 empregos, para a fabricação de embalagens de vidro para perfumaria, em planta industrial vizinha à fábrica de O Boticário. A previsão é que a unidade comece a operar no segundo trimestre de 2016.
Outra empresa, a Kimberly-Clark, se beneficiou recentemente com o início da operação do complexo acrílico da Basf. A companhia norte-americana fabrica na Bahia o absorvente Intimus e as fraldas descartáveis infantis Turma da Mônica, utilizando polímeros superabsorventes (SAP) fornecidos pela Basf, que investiu 540 milhões de euros em sua planta tríplice de produção de ácido acrílico no Polo Industrial de Camaçari.