O ex-deputado federal Luiz Argolo (suspenso do Solidariedade), preso desde abril pela Operação Lava Jato, cogita fazer uma delação premiada, depois de tomar conhecimento de que sua família teria supostamente sido ameaçada pelo deputado federal Mário Negromonte Jr. (PP). A informação surge depois que a defesa de Argolo teve, na semana passada, uma conversa preliminar com o Ministério Público Federal para tratar da delação.
O advogado Sidney Rocha Peixoto informou à Folha de S. Paulo que Argolo tomou a decisão depois de ouvir relato do publicitário Aricarlos Nascimento, que trabalhou em suas campanhas e, em depoimento à Justiça, na semana passada, declarou que teria recebido uma ameaça destinada a Argolo feita pelo deputado federal Mário Negromonte Jr., filho do conselheiro Mário Negromonte, do TCM, que teve documentos recentemente em seu gabinete apreendidos pela Lava Jato.
“Ele me disse que, se o Luiz ficasse pianinho, quietinho e não entregasse ninguém, assim que ele saísse de Curitiba, seria ajudado para ter um retorno breve à vida política. Mas, se ele não o fizesse, já sabia qual era o destino de delator”, contou o publicitário.
“[Ele] Disse isso, que delator tinha família, tinha mãe, tinha pai, e depois quando aconteciam as coisas, não sabia por quê”, relatou. Argolo, que já pertenceu ao PP, um dos partidos investigados na Lava Jato, é réu sob acusação de ter recebido vantagens indevidas do doleiro Alberto Youssef. Sua defesa nega participação no esquema. A Folha disse que não obteve resposta de Negromonte Jr. Extraído do site Política Livre.