A greve dos trabalhadores dos postos de combustíveis foi discutida nesta quarta-feira (12) na Câmara de Salvador, após os frentistas paralisarem as atividades em todo o estado, na segunda-feira (10). Quem avaliou o movimento grevista foi o líder da oposição, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), que considerou o movimento legítimo e defendeu a postura adotada pelos trabalhadores. “Não consigo entender como é que um sindicato patronal consegue negligenciar as pautas desses trabalhadores e levantar calúnias contra um movimento de pessoas que lutam pelos seus direitos. A situação foi comunicada aos órgãos competentes. O sindicato mantém o efetivo de trabalho conforme determina a lei. Se o patrão não cumpre com acordos mediados na Justiça, a população é quem sente na hora de abastecer”, dispara Suíca.
O edil se refere às afirmações do presidente (patronal) do Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), José Augusto Costa, proferidas à imprensa nos últimos dias, sobre a greve dos frentistas. Costa chegou a acusar que havia “pessoas estranhas à categoria e não classe em si [dos frentistas]”. Desde a última sexta-feira (7), as entidades sindicais não chegaram a um consenso, numa tentativa de mediação feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia, quando os trabalhadores decidiram pela greve.
“Tentar dividir o movimento e mascarar os impasses de negociações são algumas estratégias do patronato. Precisamos unir forças”, explica o diretor de saúde do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis (Simposba), Antônio Lago. A categoria reivindica um reajuste de 12% nos salários, contra a proposta de 9% apresentada pelo Sindicombustíveis, além da implantação do plano de saúde, o fornecimento de auxílio alimentação no valor de R$ 260 – o valor patronal cogitado é ainda de R$ 220, e o pagamento integral (100%) do valor diário de jornada de trabalho feita aos domingos. O diretor de saúde também reclama das condições de trabalho nos postos de combustíveis. “Os funcionários também são vítimas de assaltos e, muitas vezes, acabam arcando com prejuízos. A população também precisa saber disso”, completa.