As manifestações a favor do governo Dilma Rousseff (PT) e em defesa da democracia ocorreram sem qualquer incidente nas principais capitais do país. Organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTS), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras organizações sociais, os eventos defenderam com unanimidade o mandato da presidenta Dilma Rousseff e suas reivindicações se distribuem entre os interesses políticos e econômicos de cada categoria, que vão desde o protesto contra a terceirização às medidas de ajuste fiscal.
Em Salvador, principal foco das manifestações na Bahia, cerca de 8 mil pessoas protestaram na tarde desta quinta-feira (20) a favor do governo federal e contra o impeachment da presidente. O grupo saiu do Campo Grande e marcou até a Praça da Piedade, pela avenida Sete. Os manifestantes pediram também a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Eduardo Cunha, do PMDB, e carregavam faixas a favor de Dilma e contra o “golpe na democracia”. Diversas entidades participaram do ato.
Ocorreram atos em vários estados brasileiros. Na Bahia, cidades como Itabuna, Barreiras e Salvador, levaram militantes e sindicalistas para as ruas. Por volta das 20h, o total de participantes dos protestos em todo país era de 31 mil, segundo a PM, e 172 mil, segundo organizadores.
O presidente do PT-Bahia, Everaldo Anunciação, disse que as lutas por mais democracia e mais direitos se fortaleceram. A avaliação foi feita depois das manifestações. Ele destaca também os documentos divulgados por diversas entidades exigindo respeito à constituição e à democracia. A Carta do Rio de Janeiro escrita no II Seminário de Direito, por exemplo, acusa “grandes grupos econômicos e, em especial, de comunicação, de tentarem “contestar legítima vitória das urnas”.
Anunciação afirma ainda que “estão tentando estruturar verdadeiro golpe disfarçado de troféu da democracia contra o governo da presidente Dilma Rousseff”. Este documento é assinado também por mais de cem intelectuais. Outro manifesto, assinado pela Ordem dos advogados do Brasil (OAB) e as Confederações Nacionais da Indústria (CNI), da Agricultura e Pecuária (CNA) e dos Transportes (CNT), se posiciona contra o impeachment e a favor de um pacto de governabilidade.
Além disso, entidades que representam a indústria em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente Fiesp e Firjan, defendem “diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do Brasil”. Na manifestação em Salvador, o vereador e ex-governador Waldir Pires fez emocionante discurso em defesa do processo democrático “que é a dignidade da pessoa e do povo”. Waldir, que completa 89 anos em outubro, falou também que vai “morrer assim, lutando pela democracia no Brasil”. Segundo o presidente da entidade, Cedro Silva, o objetivo é “ir às ruas para defender a democracia, a manutenção das nossas conquistas e lutar para mais avanços para os trabalhadores do estado.”
O líder da oposição na Câmara, vereador Luiz Carlos Suíca (PT), marcou presença nos atos em Salvador e disse acreditar numa recuperação econômica do país ainda pelas mãos da presidente Dilma Rousseff. “Já enfrentamos uma crise pior, em que confiscaram poupança. O que o PT e Dilma vêm fazendo são ajustes, e não a retirada de direitos trabalhistas, para que o Brasil volte a crescer. Lógico que não somos a favor que os trabalhadores sejam os primeiros a ser atingidos. O Congresso precisa propor uma pauta positiva, e uma delas é a taxação das grandes fortunas”, afirmou. Jornal da Chapada com informações da Agência Brasil, Bocão News e site do PT.