“Cada momento me causa mais surpresa os fatos que acontecem nesta Câmara Federal. Já entrou em pauta agora o salvo-conduto do presidente da Casa antes mesmo de denúncia ser acolhida pela justiça”. A fala é do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que foi para o plenário nesta quinta-feira (20) e voltou a defender as investigações contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para Assunção, quando é político do PT que sai em uma manchete de jornal já é criminoso e tem de ir para cadeia, mas quando é de outro partido rechaçam as acusações.
“Agora, só por ter a possibilidade de se ter uma denúncia acolhida pelo Supremo Tribunal Federal contra o presidente da Casa, já entra a presunção da inocência, o processo tem de ser transitado e julgado para saber se é culpado ou não. Mas não pode ser dois pesos e duas medidas. Não pode, de forma alguma, o presidente da Casa simplesmente acusar o governo de criar uma onda para poder criminalizá-lo”.
Em pronunciamento, o parlamentar petista considera que “alguns meios de comunicação, muito às vezes, criminalizam as pessoas”. Entretanto, Assunção explica que se o MP denunciar Eduardo Cunha e, ao mesmo tempo, o Supremo aceitar a denúncia, ele não terá mais condições de presidir a Câmara independente da imprensa.
“Não poderá representar os pares, essa é uma realidade, acho que deve se afastar da presidência para se ter mais tempo para fazer a defesa. Isso é o processo normal e natural e nós já vimos tudo isso acontecer aqui antes na mesa e dentro desta Casa. Eu sei como são tratadas as coisas aqui, e sei de deputados que querem criminalizar o PT, mas agora querem antes de uma denúncia formal ser acolhida pelo Supremo, criar um salvo-conduto para o presidente da Casa. Esse não é o melhor caminho para este caso devemos assegurar a idoneidade deste espaço”.